Os Gostos e a Saciedade
A nossa alma quer-se agitada pela esperança e pelo temor; sĂł se sente feliz com as coisas que a fazem sentir a sua prĂłpria existĂŞncia. (…) É certo que as necessidades fĂsicas sĂŁo a fonte dos prazeres dos sentidos e estou convencida de que há mais prazer numa fortuna medĂocre do que numa completa abundância. Uma caixa, uma peça de porcelana, um mĂłvel novo sĂŁo uma verdadeira bem-aventurança para mim; mas se tivesse trinta caixas seria pouco sensĂvel Ă trigĂ©sima primeira. Os nossos gostos desvanecem-se facilmente com a saciedade e devemos dar graças a Deus por nos ter dado as provações necessárias para os conservar.
Textos sobre Certos de Madame du Châtelet
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