Feliz como uma Criança
Oh! A idade venturosa da infância! Onde há outra mais feliz e mais tranquila, mais sorridente – isto Ă©, mais egoĂsta?… Em volta de nĂłs podem suceder as piores catástrofes. Se elas nos nĂŁo arrancam nem os brinquedos nem os bolos, nĂŁo nos atingem de forma alguma… nĂŁo as compreendemos sequer…
Quando muito, correm-nos lágrimas vendo chorar as nossas mĂŁes. No entanto, Ă© sĂł ainda vagamente que percebemos a dor humana. Por isso as nossas lágrimas secam depressa diante dos brinquedos. E se o quadro em que nos agitamos Ă© risonho, a infância tansforma-se-nos entĂŁo num jardim maravilhoso. Para as crianças felizes, sĂł para elas, existe realmente um cĂ©u – o ceĂş dos seus primeiros anos.
Textos sobre Céu de Mário de Sá-Carneiro
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