Vida Incipiente
O facto real da vida Ă© que estamos de novo todos juntos sem se saber como nem porquĂŞ, Ă© o imponderável que liga os seres e os deixa andar á deriva como pedaço de cortiça em praia batida pelo norte – o resto, se se quiser analisar, Ă© uma babugem de relações sem eira nem beira ao deslizar da corrente que tanto vem dos outros lados do Atlântico como da disposição em cada um de nĂłs. Os dias foram andando dentro de cada um de nĂłs e na marcha de pormenores domĂ©sticos gastámos horas preciosas de nĂłs mesmos. Acerca de comĂ©dias fizemos considerações pessoais e quando se tratava de analisar uma tragĂ©dia usufruĂamos um gozo espiritual de dever cumprido sexualmente.
Passaram-se anos, tambĂ©m nĂŁo sei quantos. Houve uns que casaram, outros que ficaram para ornamento Ămpar de jantares familiares e ainda outros que se ambulanteiam pelas esquinas do vĂcio Ă procura de Ăłleo para uma máquina donde se desprendeu já a mola real do entendimento.
Afinal tambĂ©m nĂŁo importa que o ritmo das coisas tenha sido o mesmo, se todas as coisas existem para um ritmo que lhes Ă© Ăntimo Ă sua prĂłpria expressĂŁo de coisas. Houve sábados e domingos sextas e quintas segundas e terças e sempre uma quarta-feira a comandar no equilĂbrio do princĂpio e do fim.
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