Todos Erramos
Apontamos quase sempre o dedo a quem erra… Condenamos os outros com enorme facilidade. Compreendemo-los pouco, perdoamo-los ainda menos. Mas, será que atirar pedras Ă© o mais justo, eficaz e melhor?
Temos uma necessidade quase primária de julgar o comportamento alheio, de o analisar e avaliar ao mais Ănfimo detalhe, sempre de um ponto de vista superior, como se o sentido da nossa existĂŞncia, a nossa missĂŁo, passasse por sentenciar todos quantos cruzam a sua vida com a nossa… condenando-os… na firme convicção de que assim estamos a ajudar… a melhorar.
Comete erro em cima de erro quem se dedica a julgar os erros dos outros…
Julgamos de forma absoluta, na maior parte das vezes, generalizando um gesto ou dois, achando que cada pequena ação revela tudo quanto há a saber sobre determinada pessoa… mais, achamos que cada homem ou Ă© bom ou Ă© mau… como se nĂŁo fossemos todos… de carne e osso… de luz e sombras.
Já a nĂłs nĂŁo nos julgamos nem nos deixamos julgar. Consideramos que, no caso especĂfico da nossa vida, sĂŁo tantos os factores que tĂŞm de se levar em conta (quase todos atenuantes) que se torna impossĂvel qualquer tipo de veredicto…
Textos sobre Complexidade de JosĂ© LuĂs Nunes Martins
2 resultadosAprender a Ceder
Aos sonhos, como aos pesadelos, chega sempre a hora de acordar. É essencial compreender a realidade, viver de olhos abertos, acolher a simplicidade da vida antes de querer resolver a complexidade do mundo.
Cada um de nĂłs tem o seu lugar no mundo, talvez a ninguĂ©m caiba o do centro. Nas nossas relações com o mundo, com os outros e connosco, Ă© mais sábio aceitar do que impor, admirar do que exibir, amar do que procurar ser amado…
Viver Ă© aprender a ceder. A libertarmo-nos de nĂłs mesmos. SĂł o nosso espĂrito nos pode soltar porque sĂł ele nos aprisiona. Ser autenticamente feliz depende de uma transformação na forma de olharmos o mundo, aceitando-o sem grandes condições e agindo sem precipitações. Cedendo. Cedendo, sempre. Pois que Ă© melhor manter um amigo do que ficar com a razĂŁo, mas sozinho. Há que abrir espaços em nĂłs para que a serenidade que assim se alcança convide a felicidade a fazer do nosso espĂrito morada sua.A humildade e a simplicidade sĂŁo formas de ser, nĂŁo de parecer.
Um erro comum Ă© querer ser tudo já. Nunca nada chega… e sĂŁo tantas vezes as saudades a revelarem-nos o verdadeiro valor dos instantes vividos mas já passados.