Personalidade Limitada
Há pessoas muito competentes no seu ofício mas que nunca se adaptam a certos obstáculos menores, como a nomes que desconhecem e saem do habitual. Também nunca sabem usar uma chave de fendas e não são capazes de conhecer uma marca de carros pelas jantes, por exemplo. Cada indivíduo tem um espaço muito limitado de operação e o seu cérebro trabalha num pequeno circuito de observações; a sua evolução é restrita ao que o rodeia e aos factos exteriores mais próximos. A educação sem grandes exigências de comportamento social e intelectual, leva-os a formar uma personalidade mesquinha, às vezes ressentida e admiradora de extremos, como da liderança dum chefe.
Textos sobre Comportamento
66 resultadosO Segredo das Mulheres
Como os homens andam sempre atrasados em relação às mulheres (porque só pensam numa coisa de cada vez e acham que falar acerca das coisas é pior do que fazê-las), quem sabe se não é estudando o comportamento feminino de hoje que poderemos vislumbrar o nosso macaquismo masculino de amanhã?
As mulheres de hoje sabem quem lhes pode fazer mal: são as outras mulheres. Os homens, por muito amados e queridos, nem sequer são considerados competidores. São como são, têm a inteligência e o material que têm – e que Deus os abençoe por ser assim, como os pêssegos-rosa e os arcos-íris e todos os outros fenómenos naturais que são difíceis de prever e de controlar.O segredo das mulheres, que nenhum homem pode perceber, a não ser que seja amado por alguma que se sinta suficientemente amada por um para lhe contar mais do que o suficiente para ele continuar a existir tal como é (que mais não se lhe pede) é: os homens não entram na equação. É tudo uma questão entre elas.
Elas são espertas. É por isso que morrem de medo umas das outras. Conhecem o perigo e sabem quem pode emperigá-las.
Nunca Mostrar Espírito e Entendimento
Como ainda é inexperiente quem supõe que, ao mostrar espírito e entendimento, recorre a um meio seguro para fazer-se benquisto em sociedade! Na verdade, na maioria das pessoas, tais qualidades despertam ódio e rancor, que serão tão mais amargos quanto quem os sentir não tiver o direito de externar o motivo, chegando até a dissimulá-lo para si mesmo. Isso acontece da seguinte forma: se alguém nota e sente uma grande superioridade intelectual naquele com quem fala, então conclui tacitamente e sem consciência clara que este, em igual medida, notará e sentirá a sua inferioridade e a sua limitação. Essa conclusão desperta o ódio, o rancor e a raiva mais amarga.
(…) Mostrar espírito e entendimento é uma maneira indirecta de repreender nos outros a sua incapacidade e estupidez. Ademais, o indivíduo comum revolta-se ao avistar o seu oposto, sendo a inveja o seu instigador secreto. A satisfação da vaidade é, como se pode ver diariamente, um prazer que as pessoas colocam acima de qualquer outro, mas que só é possível por intermédio da comparação delas próprias com os demais. No entanto, nenhum mérito torna o homem mais orgulhoso do que o intelectual: só neste repousa a sua superioridade em relação aos animais.
Um Cérebro Sempre Jovem
A sociedade está a ser varrida por um movimento chamado nova velhice. A norma social para as pessoas de idade era passiva e sombria; confinadas a cadeiras de baloiço, esperava-se que entrassem em declínio físico e mental. Agora o inverso é verdade. As pessoas mais velhas têm expetativas mais elevadas de que permanecerão ativas e com vitalidade. Consequentemente, a definição de velhice mudou. Num inquérito perguntou-se a uma amostra de baby boomers: “Quando tem início a velhice?” A resposta média foi aos 85. À medida que aumentam as expetativas, o cérebro deve claramente manter-se a par e adaptar-se à nova velhice. A antiga teoria do cérebro fixo e estagnado sustentava ser inevitável um cérebro que envelhecesse. Supostamente as células cerebrais morriam continuamente ao longo do tempo à medida que uma pessoa envelhecia, e a sua perda era irreversível.
Agora que compreendemos quão flexível e dinâmico é o cérebro, a inevitabilidade da perda celular já não é válida. No processo de envelhecimento — que progride à razão de 1% ao ano depois dos trinta anos de idade — não há duas pessoas que envelheçam de maneira igual. Até os gémeos idênticos, nascidos com os mesmos genes, terão muito diferentes padrões de atividade genética aos setenta anos,
A Construção da Personalidade Criadora
A harmonia do comportamento social requer, todos o sabemos, tanto o isolamento como o convívio. Excessiva comunicação, debates exagerados de assuntos que requerem meditação e peso moral, avesso muitas vezes à cordialidade natural das afinidades electivas, não enriquecem o património de uma sociedade. Antes embotam e alteram o terreno imparcial da sabedoria.
A solidão favorece a intensidade do pensamento; por outro lado, torna de certo modo celerado o homem que lida com a força material, com a técnica, com os outros homens. O impulso é a força que actualiza estas duas atitudes. Os ricos de impulso que se prontificam a uma reacção agressiva ou escandalosa, esses são associais especialmente difíceis. Todo o revolucionário é associal, se o impulso for nele um desvio da vida instintiva, e não uma atitude de homem capaz de obedecer e mandar a si próprio.
«A felicidade máxima do filho da terra há-de ser a personalidade» – disse Goethe. Personalidade criadora, obtida à custa do ajustamento das nossas próprias leis interiores, que não serão mais, no futuro, forças repelidas ou encobertas, mas sim valiosas contribuições para o tempo do homem. Quando tudo for analisado e conhecido, só o justo há-de prevalecer.
Somos Uma Surpresa Para Nós Próprios
Como serão em privado as pessoas que conhecemos? Quanta surpresa se o soubéssemos. Porque nós, instintivamente, tendemos a julgá-las idênticas dentro e fora de si. Mas o que somos por fora é o que aceitamos que o seja e é o que os outros estabeleceram. Tal fanfarrão na praça pública pode ser um chilro piegas quando lá não está ou um medricas quando a coisa é a sério (Não dizia Aristóteles que os grandes atletas eram maus soldados?). Ou inversamente. O que aceita para si a imagem exterior de um mole, de um tíbio, de um encolhido de comportamento – no interior de si, e quando for caso disso, pode ser um obstinado de dente rilhado. Há um estilo de se ser que se adopta por convenção generalizada, orientação de uma época, obrigação protocolar no modo de nos manifestarmos.
(…) As regras de comportamento em grandezas chegam só à porta da rua ou ao menos da do quarto ou seguramente à da casa de banho. E daí para dentro, vale tudo, ou seja a regra somos nós. E é então que sabemos quem somos ou quem é aquele que consentimos que seja ou em que medida respeitamos em nós o que respeitamos nos outros.
O Comportamento Simbólico e o Comportamento Inequívoco
Na verdade, encontramos desde as origens da história humana estas duas formas de comportamento, a simbólica e a inequívoca. O ponto de vista do inequívoco é a lei do pensamento e da acção despertos, que domina quer uma conclusão irrefutável da lógica quer o cérebro de um chantagista que pressiona passo a passo a sua vítima, uma lei que resulta das necessidades da vida, às quais sucumbiríamos se não fosse possível dar uma forma inequívoca às coisas. O símbolo, por seu lado, é a articulação de ideias próprias do sonho, é a lógica deslizante da alma, a que corresponde o parentesco das coisas nas intuições da arte e da religião; mas também tudo o que na vida existe de vulgares inclinações e aversões, de concordância e repulsa, de admiração, submissão, liderança, imitação e seus contrários, todas estas relações do homem consigo e com a natureza, que ainda não são puramente objectivas e talvez nunca venham a sê-lo, só podem ser entendidas em termos simbólicos.
Aquilo a que se chama a humanidade superior mais não é, com certeza, do que a tentativa de fundir estas duas metades da vida, a do símbolo e a da verdade, cuidadosamente separadas antes. Mas quando separamos num símbolo tudo aquilo que talvez possa ser verdadeiro do que é apenas espuma,
Escutar o Nosso Corpo
O equilíbrio é a base da saúde. Embora seja indiscutível que uma dieta rica em vitaminas, o exercício físico e a meditação são essenciais para uma vida saudável, não existe uma fórmula universal que se aplique a todos os casos. Precisamos de prestar atenção ao corpo, à mente e ao coração singulares que existem em cada um de nós para descobrirmos as nossas necessidades específicas. A verdadeira saúde cresce connosco e transforma-se ao longo do tempo. Manter o estado natural de equilíbrio físico e emocional é fundamental para atingirmos um nível de consciência superior.
Escutar o nosso corpo é o primeiro passo para alcançarmos a saúde integral e identificar o nosso biótipo e tendências emocionais – os doshas – é um excelente começo. A partir do momento em que nos consciencializamos das nossas necessidades físicas podemos adequar dietas e programas de exercício à nossa medida. A verdadeira saúde não se exprime através de uma definição genéiica mas sim de um equilíbrio distinto de predisposições genéticas, comportamentos adquiridos, idade e perceções.Subestimamos com alguma frequência a importância de uma boa noite de sono. As distrações induzidas pelo ego -listas de tarefas pendentes, problemas financeiros, crises familiares e medos –
Todos Erramos
Apontamos quase sempre o dedo a quem erra… Condenamos os outros com enorme facilidade. Compreendemo-los pouco, perdoamo-los ainda menos. Mas, será que atirar pedras é o mais justo, eficaz e melhor?
Temos uma necessidade quase primária de julgar o comportamento alheio, de o analisar e avaliar ao mais ínfimo detalhe, sempre de um ponto de vista superior, como se o sentido da nossa existência, a nossa missão, passasse por sentenciar todos quantos cruzam a sua vida com a nossa… condenando-os… na firme convicção de que assim estamos a ajudar… a melhorar.
Comete erro em cima de erro quem se dedica a julgar os erros dos outros…
Julgamos de forma absoluta, na maior parte das vezes, generalizando um gesto ou dois, achando que cada pequena ação revela tudo quanto há a saber sobre determinada pessoa… mais, achamos que cada homem ou é bom ou é mau… como se não fossemos todos… de carne e osso… de luz e sombras.
Já a nós não nos julgamos nem nos deixamos julgar. Consideramos que, no caso específico da nossa vida, são tantos os factores que têm de se levar em conta (quase todos atenuantes) que se torna impossível qualquer tipo de veredicto…
O Espelho dos Relacionamentos
A ideia do espelho dos relacionamentos é que procuramos subconscientemente nos outros o que precisamos de ver e de compreender em nós mesmos de modo a alcançarmos a integridade, o equilíbrio e a cura. O outro é um espelho através do qual podemos perceber os aspetos da nossa personalidade em que precisamos de trabalhar. É por isso que, de um ponto de vista espiritual, é inútil tentarmos mudar o comportamento dos outros como base da nossa própria felicidade. É tão fútil como tentar transformar a nossa imagem através do reflexo no espelho ou mesmo trocando de espelho.
Quanto mais identificamos os outros como uma expressão do amor e não pelos seus comportamentos, mais fácil é evitarmos uma atitude defensiva e dar às coisas demasiada importância. Isso permite-nos ouvir, aprender e crescer através de todos os nossos relacionamentos, criando assim uma base mais profunda de amor e de ligação entre os seres humanos. É assim que usamos o espelho dos relacionamentos para crescer emocional e espiritualmente.
Um relacionamento pode perder o interesse pelas mais diversas razões. Talvez possa dever-se a um desejo subconsciente de a terminar ou porque já cumpriu a sua missão e agora ambos estão preparados para algo mais.
São as Nossas Paixões que nos Irritam Contra as dos Outros
São as nossas paixões que nos irritam contra as dos outros; é o nosso próprio interesse que nos leva a odiar os maus; se estes não nos fizessem nenhum mal, sentiríamos por eles mais piedade que ódio. O mal que os maus nos fazem leva-nos a esquecer o mal que se fazem a si mesmos. Perdoar-Ihes-íamos com mais facilidade os seus vícios se pudéssemos saber quanto os seus próprios corações os castigam. Sentimos a ofensa e não vemos o castigo; as vantagens são aparentes, o sofrimento é interior. Aquele que crê gozar do fruto dos seus vícios não se sente menos atormentado do que se o não tivesse conseguido; o objecto muda mas a inquietação é a mesma; por mais que evidenciem a sua fortuna e escondam o seu coração, o seu comportamento demostra-o, mesmo sem que o queiram: mas, para nos apercebermos disso, é preciso que não tenhamos um coração semelhante.
As paixões que nos dividem seduzem-nos; as que chocam os nossos interesses revoltam-nos, e, por uma inconsequência que nos vem delas, criticamos nos outros o que desejaríamos imitar. A aversão e a ilusão são inevitáveis, quando somos obrigados a suportar, por parte de outrém, o mal que faríamos se estivéssemos no lugar dessa pessoa.
A Verdadeira Confiança
A verdadeira confiança é transmitida pelo que a pessoa é no seu íntimo e nunca pelo que ela tem ou faz, o mesmo é dizer que o ego não é para aqui chamado, pois ele apesar de aparentar esse estatuto, na realidade não vale nada, é fraquinho que dói e ao mínimo deslize da sua zona de conforto resvala para a fuga, para o ataque ou para a agressividade. Esta separação de conceitos e estirpes logo no início do livro é fundamental para que nos possamos aperceber não só da mensagem que podemos estar a passar perante os outros, e convém relembrar que apesar da maioria ainda andar adormecida já vão existindo muitas pessoas que detetam a léguas de distância quem somos e quais os padrões de comportamento que adotamos no nosso dia a dia, como também do comportamento, muitas vezes extravagante, das tais pessoas que nos rodeiam, pois o que não falta à nossa volta são falsos confiantes, predadores disfarçados, gente que tudo faz e ostenta para garantir o que precisamente não são, o alimento do ego e o reforço da ilusão em que vivem. Portanto, sempre que leres a palavra «confiança» neste livro atribui a mesma ao ser confiante,
A Moral é Imperiosa e Injustificável
O comportamento moral implica sempre um juiz e a memória nele desse nosso comportamento. Assim se admite a nossa responsabilidade perante outrem e a ideia de que nesse outrem perdurará a memória de nós pelos séculos. Ora o que é que significa hoje o comportamento dos que viveram há cem anos? e há mil? Quando Deus se dava ao luxo de existir, ele garantiria a memória do que fomos. Mas agora que ele desistiu? E todavia a ordem moral continua. O «se Deus não existe tudo é permitido» de Dostoievski é perfeitamente ilusório. Nós construímos a nossa moral como se ela existisse. Alguma coisa portanto deve persistir perante a qual nos comportamos.
Os homens célebres compreende-se. Mas o comum dos mortais? Será a «consciência» um hábito? Teremos nós a vocação da imortalidade para agirmos dentro dela? Perante quem nos comportaríamos numa ilha deserta com a certeza absoluta de que ninguém saberia dos nossos actos? Que é que persiste de nós após a morte para nos julgarmos vivos então e podermos envergonhar-nos do mal que tivéssemos praticado? Toda a nossa vida é tecida de ilusão. E nada em nós consente que a dissipemos. Mas o próprio animal tem um comportamento que pode prejudicá-lo e de que não abdica.
Mostra-te educado em todo o teu comportamento
Mostra-te educado em todo o teu comportamento.
Os Meios para Sermos Felizes
É comum pensarmos que é difícil ser-se feliz e existem boas razões para assim pensar; mas seria mais fácil sermos felizes se, nos homens, as reflexões e a pauta de comportamento precedessem as acções. Somos arrastados pelas circunstâncias e entregamo-nos às esperanças, que nos proporcionam apenas metade do que esperamos. Enfim, só nos damos claramente conta dos meios para sermos felizes quando a idade e os entraves que a nós próprios pusemos lhes colocam obstáculos.
(…) Para sermos felizes, é preciso termo-nos desembaraçado dos preconceitos, seremos virtuosos, gozarmos de boa saúde, termos gostos e paixões, sermos susceptíveis de ter ilusões, pois devemos a maior parte dos nossos prazeres à ilusão, e infeliz daquele que a perder. Longe, pois, de procurarmos fazê-la desaparecer sob o archote da razão, tratemos de passar mais uma camada do verniz que ela lança sobre a maior parte dos objectos; este é-lhe ainda mais necessário do que os cuidados e os adornos o são para os nossos corpos.
É preciso começarmos por dizer a nós próprios e por convencer-nos de que não temos nada mais a fazer neste mundo, para além de nele procurarmos sensações e sentimentos agradáveis. Os moralistas que dizem aos homens «reprimi as vossas paixões e dominai os vossos desejos se desejais ser felizes» não conhecem o caminho para a felicidade.
O Machismo Português e as Traições Amorosas
Na gíria portuguesa, os palitos são a versão económica, e mais moderna, dos cornos. Os cornos, à semelhança do que aconteceu com os automóveis e os computadores, tornaram-se demasiado volumosos e pesados para as exigências do homem de hoje. Daí a crescente popularidade dos mais portáteis e menos onerosos palitos. Contudo, visto que se vive presentemente um período de transição, em que os novos palitos ainda se vêem lado a lado com os tradicionais cornos, continuam a existir algumas sobreposições. Uma delas, herdada do antigamente, deve-se ao facto dos palitos não se saldarem numa diminuição proporcional de sofrimento. Ou seja, não dão uma mera dor de palito — dão à mesma, incontrovertivelmente, dor de corno. Não é mais carinhoso, por isso, pôr os «palitos» a alguém — continua a ser exactamente o mesmo que pôr os outros.
Tudo isto vem a propósito da forma atípica, entre os povos latinos, que assume o machismo português. Não se trata do machismo triunfalmente dominador, género «Aqui quem manda sou eu!», do brutamontes que não dá satisfações à mulher. Não — o machismo português, imortalizado pelo fado «Não venhas tarde», é um machismo apologético, todo «desculpa lá ó Mafalda», que alcança os seus objectivos de uma maneira mais eficaz.
Instinto Humano Deteriorado
Um estranho paradoxo: as pessoas, quando agem, têm em mente o interesse privado mais mesquinho, mas ao mesmo tempo, no seu comportamento, são mais do que nunca determinadas pelo instinto das massas. E mais do que nunca, o instinto das massas tornou-se errado. O obscuro instinto do animal – como inúmeros episódios o comprovam – encontra a saída para o perigo iminente mas ainda invisível. Em contrapartida, esta sociedade, onde cada um tem apenas em vista o seu próprio interesse mesquinho, sucumbe como uma massa cega, com estupidez animal mas sem a estúpida sabedoria dos animais, a todo o perigo, ainda que muito próximo, e a diversidade dos objectivos torna-se insignificante, ante a identidade das forças determinantes.
Muitas vezes se tem demonstrado que é tão rígida a sua fixação à vida habitual, mas de há muito perdida, que acaba por não se verificar a aplicação efectivamente humana do intelecto, a previdência, até mesmo ante o perigo iminente. Assim a imagem da estupidez completa-se nela: insegurança, ou mesmo perversão dos instintos vitais, e desfalecimento ou até decadência do intelecto.
Ideais Insanos
Um homem louco é aquele cuja maneira de pensar e agir não se coaduna com a maioria dos seus contemporâneos. A sanidade mental é uma questão de estatística. Aquilo que a maioria dos Homens faz em qualquer dado lugar e período é a coisa ajuizada e normal a fazer. Esta é a definição de sanidade mental na qual baseamos a nossa prática social. Para nós, aqui e agora, são muitos os de mentalidade sã e poucos os loucos. Mas os julgamentos, aqui e agora, são por sua natureza provisórios e relativos. O que nos parece sanidade mental, a nós, porque é o comportamento de muitos, pode parecer, sub specie oeternitalis, uma loucura. Nem é preciso invocar a eternidade como testemunho. A História é suficiente. A maioria auto-intitulada de mentalmente sã, em qualquer dado momento, pode parecer ao historiador, que estudou os pensamentos e acções de inumeráveis mortos, uma escassa mão-cheia de lunáticos. Considerando o assunto de outro ponto de vista, o psicólogo pode chegar à mesma conclusão. Ele sabe que a mente consiste de tais e tais elementos, que existem e devem ser tidos em conta. Se um homem tenta viver como se certos destes elementos constituintes do seu ser não existissem,
Expulsar Alguém das Nossas Vidas
Agora, uma questão importante: por favor, não tenhas pena de excluir, temporariamente ou definitivamente, seja quem for da tua vida. Esse sintoma pode relegar a tua vida para uma constante e generalizada insatisfação. É o pior que podes fazer, pois além de não te comprometeres com aquilo que verdadeiramente desejas e não te permitires caminhar com os bons, também não consentes que os outros sintam o verdadeiro impacto que os seus padrões de comportamento têm e, como tal, não os excluindo estarás a dizer às suas mentes que podem continuar a agir assim pois nada perdem com isso. A tua pena matar-te-á.
Recordo-me do magnífico efeito que algumas expulsões temporárias tiveram na minha vida. Lembro-me de respirar melhor, pois abandonara as vozes que me cobravam e culpavam, mas lembro-me também da reconciliação e de testemunhar na primeira pessoa a mudança inerente ao afastamento. Expulsar alguém das nossas vidas representa não só um brilhante manifesto de poder pessoal como também, e muitas vezes, a oportunidade necessária para fazer o outro repensar a sua forma de estar, apurar os seus valores e perceber o que o motivava a agir daquela maneira. Não tenhas pena, ama-te e permite, ainda que doa,
A Intolerância é uma Brutal Realidade
Nós vivemos num tempo que se caracteriza pela irracionalidade dos comportamentos gerais, e pôr aqui um pouco de senso comum, no sentido de que, acima de tudo, o que há a proteger é a vida (…) é quase impossível… E mais se esse ser humano enfrenta outro ser humano porque crê num outro deus, ou porque, ao ter uma outra tradição, vê o outro como um inimigo… A partir do momento em que vemos o próximo como inimigo, a guerra está declarada. A intolerância não é uma tendência, é uma brutal realidade.