Comparação de Obras de Arte
À questão de saber se se devem ou não fazer comparações quando se observam diferentes obras de arte gostaríamos de dar a resposta que se segue. O conhecedor que tem formação adequada deve comparar: a ideia paira à sua frente, apreendeu o conceito relativo ao que pode e ao que deve ser produzido. O amador, que é apanhado ainda no trajecto da sua formação, só tem a ganhar se não fizer comparações e se observar em separado cada realização: é assim que o seu gosto e o seu sentido do geral se irão formando a pouco e pouco. Quanto à comparação levada a cabo pelo não iniciado é apenas uma solução de facilidade que dispensa qualquer juízo.
Textos sobre Conceito de Johann Wolfgang von Goethe
3 resultadosTeorias Precipitadas
É vulgar uma teoria ser resultado da precipitação de um entendimento impaciente que, desejoso de se ver livre dos fenómenos, os substitui por imagens, conceitos, ou com frequência por meras palavras. Pressente-se, e por vezes vê-se até com clareza, que se trata apenas de expedientes. Mas não é sabido que a paixão e o partidarismo se deixam atrair pelos expedientes? E com toda a razão, porque tanta falta lhes fazem.
(…) Avançar precipitadamente para o fim a alcançar, sem reflectir sobre os meios. Como se, para poder ajudar tão cedo quanto possível uma cirança de berço, lhe quiséssemos matar o pai.
Se atentarmos em certos problemas de Aristóteles ficamos supreendidos com o dom de observação e com a imensidade de coisas que não escapavam ao olhar dos gregos. E contudo cometiam o erro da precipitação, já que saltavam imediatamente dos fenómenos para a explicação, de onde resultaram formulações teoréticas totalmente inadequadas. Trata-se todavia de um erro geral que ainda hoje continua a ser cometido.
Igualdade não é Liberdade
Todos os homens são iguais em sociedade. Nenhuma sociedade se pode fundamentar noutra coisa que não seja a noção de igualdade. Acima de tudo não pode fundamentar-se no conceito de liberdade. A igualdade é qualquer coisa que quero encontrar na sociedade, ao passo que a liberdade, nomeadamente a liberdade moral de me dispor à subordinação, transporto-a comigo.
A sociedade que me acolhe tem portanto que me dizer: «É teu dever ser igual a todos nós». E não pode acrescentar mais que isto: «Desejamos que tu, com toda a convicção, de tua livre e racional vontade, renuncies aos teus privilégios».
O nosso único passe de mágica consiste no facto de prescindirmos da nossa existência para podermos existir.
A mais elevada finalidade da sociedade é consequência das vantagens que assegura a cada um. Cada um sacrifica racionalmente a essa consequência uma grande quantidade de coisas. A sociedade, portanto, muito mais. Por causa da dita consequência, a vantagem pontual de cada membro da sociedade anda perto de se reduzir a nada.