Amar Ă© arriscar. Tudo.

O amor Ă© algo extraordinĂĄrio e muito raro. Ao contrĂĄrio do que se pensa nĂŁo Ă© universal, nĂŁo estĂĄ ao alcance de todos, muito poucos o mantĂȘm aqui. Chama-se amor a muita coisa, desde todos os seus fingimentos atĂ© ao seu contrĂĄrio: o egoĂ­smo.

A banalidade do gosto de ti porque gostas de mim é uma aberração intelectual e um sentimento mesquinho. Negócio estranho de contabilidade organizada. Amar na verdade, amar, é algo que poucos aguentam, prefere-se mudar o conceito de amor a trocar as voltas à vida quando esta parece tão confortåvel.
Amar Ă© dar a vida a um outro. A sua. A Ășnica. Arriscar tudo. Tudo. A magnĂ­fica beleza do amor reside na total ausĂȘncia de planos de contingĂȘncia. Quando se ama, entrega-se a vida toda, ali, desprotegido, correndo o tremendo risco de ficar completamente sĂł, assumindo-o com coragem e dando um passo adiante. Por isso a morte pode tĂŁo pouco diante do amor. Quase nada. Ama-se por cima da morte, porquanto o fim nĂŁo Ă© o momento em que as coisas se separam, mas o ponto em que acabam.

NĂŁo Ă© por respirar que estamos vivos, mas Ă© por nĂŁo amar que estamos mortos.

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