Textos sobre Contradições

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Textos de contradições escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

Possuídos pelo Demónio

A invenção do demónio. Se estamos possuídos pelo demónio, não pode ser só por um, porque então viveríamos, pelo menos na terra, em paz, como se fosse com Deus, em união, sem contradições, sem reflexão, sempre seguros do homem atrás de nós. O seu rosto não nos amedrontaria, porque, como seres diabólicos, teríamos, mesmo que um pouco sensíveis à vista, a esperteza suficiente de preferir sacrificar uma mão para lhe tapar a cara com ela. Se estivéssemos possuídos apenas por um demónio, um que tivesse uma visão tranquila, calma, de toda a nossa natureza, e liberdade para dispor de nós em qualquer momento, esse demónio teria também poder suficiente para nos manter durante o âmbito de uma vida humana muito acima do espírito de Deus em nós, e mesmo para nos balançar de um lado para o outro para que assim não víssemos nenhum sinal dele e consequentemente não fôssemos perturbados por esse lado. Só uma multidão de demónios pode ser responsável pelas nossas desgraças terrenas. Porque não se matam eles uns aos outros até só ficar um, ou porque não ficam subordinados a um grande demónio? Qualquer das duas hipóteses estaria de acordo com o princípio diabólico de nos enganar tanto quanto possível.

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Como Ser Autónomo?

As pessoas vivem toda a sua vida a acreditar no que os outros dizem, dependentes dos outros. É por isso que têm tanto medo da opinião dos outros. Se eles pensam que você é mau, torna-se mau. Se o condenam, começa a condenar-se. Se dizem que é pecador, começa a sentir-se culpado. E, como depende da opinião deles, é obrigado a conformar-se constantemente com as suas opiniões; senão eles mudarão de opinião. Ora isso cria uma escravidão, uma escravidão muito subtil. Se quiser ser considerado bom, digno, belo, inteligente, tem de fazer concessões, tem de se comprometer continuamente com as pessoas de quem depende.

E levanta-se um outro problema. Como há muitas pessoas, elas estão sempre a alimentar a sua mente com diferentes tipos de opiniões — opiniões conflituosas, ainda por cima. Uma opinião a contradizer outra opinião — daí que exista uma grande confusão dentro de si. Uma pessoa diz que você é muito inteligente, outra pessoa diz-lhe que é estúpido. Como decidir? Então fica dividido. Fica com dúvidas sobre si próprio, sobre quem é… uma ondulação. E a complexidade é muito grande, porque há milhares de pessoas à sua volta.
Você está em contacto com muitas pessoas e cada uma delas mete a sua ideia na sua mente.

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A Ideia de Moral Universal

Muito antes de o homem estar maduro para ser confrontado com uma atitude moral universal, o medo dos perigos da vida levaram-no a atribuir a vários seres imaginários, não palpáveis fisicamente, o poder de libertar as forças naturais que temia ou talvez desejasse. E ele acreditava que esses seres, que dominavam toda a sua imaginação, eram feitos fisicamente à sua imagem, mas eram dotados de poderes sobre-humanos. Estes foram os precursores primitivos da ideia de Deus. Nascidos inicialmente dos medos que enchiam a vida diária dos homens, a crença na existência de tais seres, e nos seus poderes extraordinários, teve uma influência tão forte nos homens e na sua conduta que é difícil de imaginar por nós. Por isso, não surpreende que aqueles que se empenharam em estabelecer a ideia de moral, abarcando igualmente todos os homens, o tenham feito associando-a intimamente à religião. E o facto de estas pretensões morais serem as mesmas para todos os homens pode ter tido muito a ver com o desenvolvimento da cultura religiosa da espécie humana desde o politeísmo até ao monoteísmo.
A ideia de moral universal deve, assim, a sua potência psicológica original àquela ligação com a religião. No entanto, noutro sentido,

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O Excesso de Conhecimento sem Discernimento

Herdamos conhecimentos e invenções de todos os séculos; ficamos portanto mais ricos em bens do espírito: isso não nos pode ser contestado sem injustiça. Mas estaríamos nós próprios enganados se confundíssemos essa riqueza herdada e de empréstimo com o génio que a dá. Quantos desses conhecimentos adquiridos são estéreis para nós! Estranhos no nosso espírito onde não tiveram origem, acontece muitas vezes que eles confundem o nosso juízo muito mais do que o esclarecem. Arcamos sob o peso de tantas ideias, como aqueles estados que sucumbem por excesso de conquistas e em que a opulência introduz novos vícios e desordens mais terríveis; porque pouca gente é capaz de fazer bom uso do espírito alheio.
(…) O efeito das opiniões multiplicadas além das forças do espírito é produzir contradições e abalar a certeza dos melhores princípios. Os objectos apresentados sob um número excessivo de faces não se podem organizar, nem desenvolver, nem pintar distintamente na imaginação dos homens. Incapazes de conciliar todas as suas ideias, tomam os diversos lados de uma mesma coisa como contradições da sua natureza. Vários não querem comparar a opinião dos filósofos. Não examinam se na oposição dos seus princípios, alguém fez pender a balança para o seu lado;

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Um Escritor é Uma Contradição

Um escritor é uma coisa curiosa. É uma contradição e, também, um contra-senso. Escrever também é não falar. É calar. É gritar sem ruído. Um escritor é, muitas vezes, repousante: ouve muito. Não fala muito porque é impossível falar a alguém de um livro que se escreveu e, sobretudo, de um livro que se está a escrever.
É impossível. É o oposto do cinema, o oposto do teatro e de outros espectáculos. É o oposto de todas as leituras. É o mais difícil de tudo. É o pior. Porque um livro é o desconhecido, é a noite, é fechado, é assim. É o livro que avança, que cresce, que avança em direcções que julgávamos ter explorado, que avança em direcção ao seu próprio destino e ao do seu autor, então aniquilado pela sua publicação: a sua separação dele, do livro sonhado, como da criança recém-nascida, sempre a mais amada.

Somos Irracionais

No meu tempo de escola primária, algumas crédulas e ingénuas pessoas, a quem dávamos o respeitoso nome de mestres, ensinaram-me que o homem, além de ser um animal racional, era, também, por graça particular de Deus, o único que de tal fortuna se podia gabar. Ora, sendo as primeiras lições aquelas que mais perduram no nosso espírito, ainda que, muitas vezes, ao longo da vida, julguemos tê-las esquecido, vivi durante muitos anos aferrado à crença de que, apesar de umas tantas contrariedades e contradições, esta espécie de que faço parte usava a cabeça como aposento e escritório da razão. Certo era que o pintor Goya, surdo e sábio, me protestava que é no sono dela que se engendram os monstros, mas eu argumentava que, não podendo ser negado o surgimento dessas avantesmas, tal só acontecia quando a razão, pobrezinha, cansada da obrigação de ser razonável, se deixava vencer pela fadiga e mergulhava no esquecimento de si própria. Chegado agora a estes dias, os meus e os do mundo, vejo-me diante de duas probabilidades: ou a razão, no homem, não faz senão dormir e engendrar monstros, ou o homem, sendo indubitavelmente um animal entre os animais, é, também indubitavelmente, o mais irracional de todos eles.

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Pretensos Graus de Verdade

Uma das frequentes conclusões falsas é esta: como alguém é verdadeiro e sincero para connosco, pois diz a verdade. Assim, a criança acredita nos juízos dos pais, o cristão nas afirmações do fundador da Igreja. Do mesmo modo, não se quer admitir que tudo aquilo, que os homens, com sacrifício da felicidade e da vida, defenderam em séculos anteriores, nada mais era do que erros: talvez se diga que tenham sido graus da verdade. Mas, no fundo, acha-se que se alguém acreditou honestamente em alguma coisa e combateu e morreu pela sua crença, seria, contudo, por de mais injusto se, efectivamente, apenas um erro o tivesse inspirado. Um caso assim parece contradizer a eterna justiça; por isso, o coração das pessoas sensíveis decreta constantemente contra a sua cabeça a seguinte norma: entre acções morais e juízos intelectuais tem de haver um nexo necessário. Infelizmente, não é assim, pois não há justiça eterna.

Nada é Impossível nas Relações Humanas

Observando o decorrer do tempo, nada, afinal, se considera impossível no que concerne às relações humanas: nenhuma transformação, nenhum retrocesso, nenhuma contradição em si mesma. O que mantém tudo junto, o estado humano normal, que em tudo se pode encontrar, é de longe aquilo que é mais forte.

O Apogeu do Cobarde

Havia num partido um homem, que era demasiado medroso e cobarde para, alguma vez, contradizer os seus camaradas: empregavam-no para todos os serviços, exigiam tudo dele, porque ele tinha mais medo da má opinião dos seus camaradas que da morte; era um lamentável espírito fraco. Eles reconheceram isso e fizeram dele, em virtude das circunstâncias mencionadas, um herói e, por fim, até um mártir. Embora o cobarde, interiormente, dissesse sempre não, com os lábios pronunciava sempre sim, mesmo já no cadafalso, ao morrer pelas ideias do seu partido: é que, ao lado dele, estava um dos seus velhos camaradas, que o tiranizava tanto pela palavra e o olhar, que ele sofreu a morte realmente da maneira mais decente e, desde então, é homenageado como mártir e grande personalidade.

A Charrua do Mal

Foram os espíritos fortes e os espíritos malignos, os mais fortes e os mais malignos, que obrigaram a natureza a fazer mais progressos: reacenderam constantemente as paixões que adormecidas – todas as sociedades policiadas as adormecem -, despertaram constantemente o espírito de comparação e de contradição, o gosto pelo novo, pelo arriscado, pelo inexperimentado; obrigaram o homem a opor incessantemente as opiniões às opiniões, os ideais aos ideais.
As mais das vezes pelas armas, derrubando os marcos fronteiriços, violando as crenças, mas fundando também novas religiões, criando novas morais! Esta «maldade» que se encontra em todos os professores do novo, em todos os pregadores de coisas novas, é a mesma «maldade» que desacredita o conquistador, se bem que ela se exprime mais subtilmente e não mobilize imediatamente o músculo; – o que faz de resto com que desacredite com menos força! – O novo, de qualquer maneira, é o mal, pois é aquilo que quer conquistar, derrubar os marcos fronteiriços, abater as antigas crenças; só o antigo é o bem! Os homens de bem em todas as épocas, são aqueles que implantam profundamente as velhas ideias para lhes dar fruto, são os cultivadores do espírito. Mas todos os terrenos acabam por se esgotar,

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Coração Mais Forte que o Dever

Nas alturas em que o meu dever e o meu coração estavam em contradição, o primeiro raramente saiu vitorioso, a menos que bastasse eu abster-me; então, na maioria das vezes, eu era forte, mas sempre me foi impossível agir contra o meu feitio. Quer sejam os homens, o dever, ou mesmo a fatalidade quem comanda, sempre que o meu coração se cala, a minha vontade fica surda, e eu não sou capaz de obedecer. Vejo o mal que me ameaça e deixo-o chegar, em vez de agir para o evitar. Começo por vezes com esforço, mas esse esforço cansa-me e depressa me esgota, e não sou capaz de continuar. Em todas as coisas imagináveis, aquilo que não faço com prazer logo se me torna impossível de levar a cabo.

O Conhecimento da Verdade

Nada é menos estranho que as contradições que se descobrem no homem. Ele é feito para conhecer a verdade. Procura-a. Quando trata de a agarrar, deslumbra-se e confunde-se de tal maneira que não dá motivo a que lhe disputem a posse dela. Uns querem arrebatar ao homem o conhecimento da verdade, outros querem garantir-lho. Cada um deles usa motivos tão dissemelhantes, que destroem o embaraço do homem. Não há outra luz além da que se encontra na natureza.

Toda a Sociedade Está dentro de Mim

Fazer qualquer coisa ao contrário do que todos fazem é quase tão mau como fazer qualquer coisa porque todos a fazem. Mostra uma igual preocupação com os outros, uma igual consulta da opinião deles – característica certa da inferioridade absoluta. Abomino por isso a gente como Oscar Wilde e outros que se preocupam com seres imorais ou infames, e com o impingir paradoxos e opiniões delirantes. Nenhum homem superior desce até dar à opinião alheia tal importância que se preocupe em contradizê-la.
Para o homem superior não há outros. Ele é o outro de si próprio. Se quer imitar alguém, é a si próprio que procura imitar. Se quer contradizer alguém, é a si mesmo que busca contradizer. Procura ferir-se, a si próprio, no que de mais íntimo tem… faz partidas às suas próprias opiniões, tem longas conversas cheias de desprezo e com as sensações que sente. Todo o homem que há sou Eu. Toda a sociedade está dentro de mim. Eu sou os meus melhores amigos e os meus verdadeiros inimigos. O resto – o que está lá fora – desde as planícies e os montes até às gentes – tudo isso não é senão paisagem…

A Felicidade Abafa as Contradições

Na maior parte dos casos, a condição primordial para a felicidade não consiste em resolver contradições, mas em fazê-las desaparecer, do mesmo modo que numa alameda comprida se fecham as lacunas. E tal como por toda a parte as relações visíveis se deslocam diante dos nossos olhos para que surja uma imagem que eles possam abarcar, onde o que é premente e próximo parece grande e ao longe até as coisas enormes parecem pequenas, onde as lacunas se fecham e o todo se mostra como algo de acabado e ordenado, assim também acontece com as relações invisíveis, que a razão e o sentimento afastam tanto que daí resulta inconscientemente uma situação em que sentimos que a dominamos completamente.

O Homem Certo

Hoje, numa época em que se misturam todos os discursos, em que profetas e charlatães usam as mesmas fórmulas com mínimas diferenças, cujo percurso nenhum homem ocupado tem tempo de seguir, num tempo em que as redacções dos jornais são constantemente incomodadas por gente que acha que é um génio, é muito difícil ajuizar do valor de um homem ou de uma ideia. Temos de nos deixar guiar pelo ouvido para podermos perceber se os rumores, os sussurros e o raspar de pés diante da porta da redacção são suficientemente fortes para poderem ser admitidos como voz da polis. A partir desse momento, porém, o génio passa a outra condição. Deixa de ser matéria fútil da crítica literária ou teatral, cujas contradições os leitores que qualquer jornal deseja ter levam tão pouco a sério como a tagarelice de uma criança, para aceder ao estatuto de factos concretos, com todas as consequências que isso tem.
Certos fanáticos insensatos ignoram a necessidade desesperada de idealismo que se esconde por detrás de tal situação. O mundo dos que escrevem porque têm de escrever está cheio de grandes palavras e conceitos que perderam a substância. Os atributos dos grandes homens e das grandes causas sobrevivem ao que quer que seja que lhes deu origem,

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Dissimular as Paixões

As paixões são as seteiras do espírito. O mais prático consiste em dissimular. Corre o risco de perder quem joga jogo aberto. Que a detença do recatado compita com a atenção do advertido; a linces da palavra, sibas de interioridade. Que não lhe conheçam o gosto, para que não se previnam, uns para a contradição, outros para a lisonja.

A Vida Real de um Pensamento

A vida real de um pensamento dura apenas até ele chegar ao limite das palavras: nesse ponto, ele lapidifica-se, morre, portanto, mas continua indestrutível, tal como os animais e as plantas fósseis dos tempos pré-históricos. Essa realidade momentânea da sua vida também pode ser comparada ao cristal, no instante da cristalização.
Pois, assim que o nosso pensamento encontra as palavras, ele já não é interno, nem está realmente no âmago da sua essência. Quando começa a existir para os outros, ele deixa de viver em nós, como o filho que se desliga da mãe ao iniciar a própria existência. Mas diz também o poeta:

Não me confundais com contradições!

Tão logo se fala, já se começa a errar.

O Irracional no Amor

Se é ridículo beijar uma mulher feia, também é ridículo dar um beijo a uma beleza. A presunção de que amando de uma certa maneira se tem o direito de rir do vizinho que tem outra maneira de amar, não vale mais do que a arrogância de certo meio social. Tal soberba não põe ninguém ao abrigo do cómico universal, porque todos os homens se encontram na impossibilidade de explicar a praxe a que se submetem, a qual pretende ter um alcance universal, pretende significar que os amantes querem pertencer um ao outro por toda a eternidade, e, o que mais divertido é, pretende também convencê-los de que hão-de cumprir fielmente o juramento.
Que um homem rico, muito bem sentado na sua poltrona, acene com a cabeça, ou volte a cara para a direita e para a esquerda, ou bata fortemente com um pé no chão, e que, uma vez perguntado pela razão de tais actos, me responda: «não sei; apeteceu-me de repente; foi um movimento involuntário», compreendo isso muito bem. Mas se ele me respondesse o que costumam responder os amantes, quando lhes pedem que expliquem os seus gestos e as suas atitudes, se me dissesse que em tais actos consistia a sua maior felicidade,

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Encaminhamo-nos para uma Grave Crise

A situação económica tem-se agravado e tenderá a agravar-se. Tendo causas estruturais, as dificuldades da economia não podem ser vencidas por medidas através das quais o governo procura fazer face aos mais agudos problemas de conjuntura. O afrouxamento do ritmo de desenvolvimento, a baixa da produção agrícola, os défices sempre crescentes, do comércio externo, a inflacção, a acentuação do atraso relativo da economia portuguesa em relação às economias dos outros países europeus, mostram a incapacidade do regime para promover o aproveitamento dos recursos nacionais, o fracasso da «reconversão agrícola» e a asfixia da economia portuguesa pela dominação monopolista, pelas limitações do mercado interno provocadas pela política de exploração e miséria das massas e pela subjugação ao imperialismo estrangeiro. (…) O processo de integração europeia, dado o atraso da economia portuguesa, agravará a situação.

Os monopólios dominantes e o seu governo procuram sair das contradições e dificuldades, assegurar altos lucros, apressar a acumulação, conseguir uma capacidade competitiva no mercado internacional: 1) intensificando ainda mais a exploração da classe operária e das massas trabalhadoras; 2) aumentando os impostos; 3) dando curso à subida dos preços; 4) apressando a centralização e a concentração; 5) pondo de forma crescente os recursos do Estado ao serviço dos monopólios;

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A Sinceridade Habitual não Passa de uma Máscara

Toda a acção é necessariamente mal conhecida. Para que não expressemos contradições de momento a momento, precisamos de uma máscara – como acontece se quisermos ser sedutores. Mas é preferível conviver com os que mentem conscientemente, porque esses também sabem ser verdadeiros conscientemente. Porque, a sinceridade habitual não passa de uma máscara, da qual não temos consciência.