A Capacidade de AdaptaĆ§Ć£o dos Portugueses

Os observadores estrangeiros maravilham-se de que Portugal resista Ć  crise polĆ­tica e econĆ³mica com tal poder de adaptaĆ§Ć£o. HĆ” nos Portugueses uma sinceridade para com o imediato que desconcerta o panorama que transcende o imediato. O infinito Ć© o que eu situo – dizem. E assim vivem. Protegidos talvez por essa condiĆ§Ć£o de afecto pelas coisas, pelos seus prĆ³prios delitos, que nĆ£o consideram dramĆ”ticos, sĆ³ ao jeito das necessidades. De resto ā€” quem se apresenta a salvar-nos que nĆ£o esteja suspeitamente indignado? Os que muito se formalizam muito escondem; os que acusam demasiado privam-se de ser leais consigo prĆ³prios. O paĆ­s nĆ£o precisa de quem diga o que estĆ” errado; precisa de quem saiba o que estĆ” certo.