Vivemos Para os Momentos Futuros, e NĂŁo o Presente
A ânsia de matar tempo, de liquidar o espaço de dias entre um acontecimento e o que lhe sucede, transmite, tanto em casos de amor como em outros, fins importantes, um estado de alma que se preocupa exclusivamente em atingir esse alvo previamente estabelecido. NĂŁo se pensa em mais nada. Semelhante Ă situação criada quando se sabe de antemĂŁo que se vai encontrar determinada pessoa que nos interessa muito. Fica-se incapaz de articular palavra, de estreitar vĂnculo com quem quer que seja que se nos atravesse no caminho. Está-se a viver em outrem, num estado fora da relação humana do dia a dia. Nem sequer ouvimos os sons, arrepiamos a pele ao tomar conhecimento consciente de notĂcias que já sabĂamos de antemĂŁo pertencerem ao domĂnio pĂşblico. Esta Ă© tambĂ©m a ânsia do suicida que nada mais faz entre a decisĂŁo de cometer o homicĂdio e a prática do acto extremo.
Textos sobre Decisões de Ruben A.
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