Bem sem Luz
A partir do momento em que praticamos o mal, este surge como uma espĂ©cie de dever. A maior parte das pessoas tem o sentimento do dever para com certas coisas mĂĄs e outras boas. Um mesmo homem sente como um dever vender tĂŁo caro quanto pode e nĂŁo roubar, etc. O bem entre esses estĂĄ ao nĂvel do mal, um bem sem luz.
Textos sobre Dever de Simone Weil
2 resultadosA Fronteira entre a InteligĂȘncia e o Dogma
A função prĂłpria da inteligĂȘncia exige uma liberdade total, implicando o direito a tudo negar e nenhuma dominação. Sempre que ela usurpa um comando, hĂĄ excesso de individualismo. Sempre que se encontra tolhida, hĂĄ uma colectividade opressiva, ou vĂĄrias.
A Igreja e o Estado devem puni-la, cada um Ă sua maneira, quando ela aconselha actos que eles desaprovam. Quando ela permanece no campo da especulação puramente teĂłrica, eles tĂȘm ainda o dever, se for caso disso, de pĂŽr o pĂșblico de sobreaviso, por todos os meios eficazes, contra o perigo de uma influĂȘncia prĂĄtica de certas especulaçÔes na condução das vidas. Mas, sejam quais forem essas especulaçÔes teĂłricas, Igreja e Estado nĂŁo tĂȘm o direito nem de procurar abafĂĄ-las nem de inflingir aos seus autores quaisquer danos materiais ou morais.
Em especial, nĂŁo se deve privĂĄ-los dos sacramentos se estes os desejarem. Porque, seja o que for que tenham dito, mesmo que tenham negado publicamente a existĂȘncia de Deus, Ă© possĂvel que nĂŁo tenham cometido qualquer pecado. Em tal caso, a Igreja deve declarar que se encontram em erro, mas nĂŁo exigir deles seja o que for que se assemelhe a um desmentido do que afirmaram, nem privĂĄ-los do pĂŁo da vida.