Dizer NĂŁo
Diz NĂO Ă liberdade que te oferecem, se ela Ă© sĂł a liberdade dos que ta querem oferecer. Porque a liberdade que Ă© tua nĂŁo passa pelo decreto arbitrĂĄrio dos outros.
Diz NĂO Ă ordem das ruas, se ela Ă© sĂł a ordem do terror. Porque ela tem de nascer de ti, da paz da tua consciĂȘncia, e nĂŁo hĂĄ ordem mais perfeita do que a ordem dos cemitĂ©rios.
Diz NĂO Ă cultura com que queiram promover-te, se a cultura for apenas um prolongamento da polĂcia. Porque a cultura nĂŁo tem que ver com a ordem policial mas com a inteira liberdade de ti, nĂŁo Ă© um modo de se descer mas de se subir, nĂŁo Ă© um luxo de «elitismo», mas um modo de seres humano em toda a tua plenitude.
Diz NĂO atĂ© ao pĂŁo com que pretendem alimentar-te, se tiveres de pagĂĄ-lo com a renĂșncia de ti mesmo. Porque nĂŁo hĂĄ uma sĂł forma de to negarem negando-to, mas infligindo-te como preço a tua humilhação.
Diz NĂO Ă justiça com que queiram redimir-te, se ela Ă© apenas um modo de se redimir o redentor. Porque ela nĂŁo passa nunca por um cĂłdigo,
Textos sobre Dignidade de VergĂlio Ferreira
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