A Dor e o TĂ©dio SĂŁo os Dois Maiores Inimigos da Felicidade
O panorama mais amplo mostra-nos a dor e o tĂ©dio como os dois inimigos da felicidade humana. Observe-se ainda: Ă medida que conseguimos afastar-nos de um, mais nos aproximamos do outro, e vice-versa; de modo que a nossa vida, na realidade, expõe uma oscilação mais forte ou mais fraca entre ambos. Isso origina-se do facto de eles se encontrarem reciprocamente num antagonismo duplo, ou seja, um antagonismo exterior ou oubjectivo, e outro interior e subjectivo. De facto, exteriormente, a necessidade e a privação geram a dor; em contrapartida, a segurança e a abundância geram o tĂ©dio. Em conformidade com isso, vemos a classe inferior do povo numa luta constante contra a necessidade, portanto contra a dor; o mundo rico e aristocrático, pelo contrário, numa luta persistente, muitas vezes realmente desesperada contra o tĂ©dio. O antagonismo interior ou subjectivo entre ambos os sofrimentos baseia-se no facto de que, em cada indivĂduo, a susceptibilidade para um encontra-se em proporção inversa Ă susceptibilidade para o outro, já que ela Ă© determinada pela medida das suas forças espirituais. Com efeito, a obtusidade do espĂrito está, em geral, associada Ă da sensação e Ă ausĂŞncia da excitabilidade, qualidades que tornam o indivĂduo menos susceptĂvel Ă s dores e aflições de qualquer tipo e intensidade.
Textos sobre Divertimento de Arthur Schopenhauer
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