Só Sente Ansiedade pelo Futuro aquele cujo Presente é Vazio
O principal defeito da vida é ela estar sempre por completar, haver sempre algo a prolongar. Quem, todavia, quotidianamente der à própria vida “os últimos retoques” nunca se queixará de falta de tempo; em contrapartida, é da falta de tempo que provém o temor e o desejo do futuro, o que só serve para corroer a alma. Não há mais miserável situação do que vir a esta vida sem se saber qual o rumo a seguir nela; o espírito inquieto debate-se com o inelutável receio de saber quanto e como ainda nos resta para viver. Qual o modo de escapar a uma tal ansiedade? Há um apenas: que a nossa vida não se projecte para o futuro, mas se concentre em si mesma. Só sente ansiedade pelo futuro aquele cujo presente é vazio. Quando eu tiver pago tudo quanto devo a mim mesmo, quando o meu espírito, em perfeito equilíbrio, souber que me é indiferente viver um dia ou viver um século, então poderei olhar sobranceiramente todos os dias, todos os acontecimentos que me sobrevierem e pensar sorridentemente na longa passagem do tempo! Que espécie de perturbação nos poderá causar a variedade e instabilidade da vida humana se nós estivermos firmes perante a instabilidade?
Textos sobre Equilíbrio
61 resultadosEu Sou Nostálgica Demais
De súbito a estranheza. Estranho-me como se uma câmera de cinema estivesse filmando meus passos e parasse de súbito, deixando-me imóvel no meio de um gesto: presa em flagrante. Eu? Eu sou aquela que sou eu? Mas isto é um doido faltar de sentido! Parte de mim é mecânica e automática — é neurovegetativa, é o equilíbrio entre não querer e o querer, do não poder e de poder, tudo isso deslizando em plena rotina do mecanicismo. A câmera fotográfica singularizou o instante. E eis que automaticamente saí de mim para me captar tonta de meu enigma, diante de mim, que é insólito e estarrecedor por ser extremamente verdadeiro, profundamente vida nua amalgamada na minha identidade. E esse encontro da vida com a minha identidade forma um minúsculo diamante inquebrável e radioso indivisível, um único átomo e eu toda sinto o corpo dormente como quando se fica muito tempo na mesma posição e a perna de repente fica «esquecida».
Eu sou nostálgica demais, pareço ter perdido uma coisa não se sabe onde e quando.
O Jogo de Forças
A beleza começou por ser uma explicação que a sexualidade deu a si-própria de preferências provavelmentente de origem magnética. Tudo é um jogo de forças, e na obra de arte não temos que procurar «beleza» ou coisa que possa andar no gozo desse nome. Em toda a obra humana, ou não humana, procuramos só duas coisas, força e equilíbrio de força – energia e harmonia.
Escutar o Nosso Corpo
O equilíbrio é a base da saúde. Embora seja indiscutível que uma dieta rica em vitaminas, o exercício físico e a meditação são essenciais para uma vida saudável, não existe uma fórmula universal que se aplique a todos os casos. Precisamos de prestar atenção ao corpo, à mente e ao coração singulares que existem em cada um de nós para descobrirmos as nossas necessidades específicas. A verdadeira saúde cresce connosco e transforma-se ao longo do tempo. Manter o estado natural de equilíbrio físico e emocional é fundamental para atingirmos um nível de consciência superior.
Escutar o nosso corpo é o primeiro passo para alcançarmos a saúde integral e identificar o nosso biótipo e tendências emocionais – os doshas – é um excelente começo. A partir do momento em que nos consciencializamos das nossas necessidades físicas podemos adequar dietas e programas de exercício à nossa medida. A verdadeira saúde não se exprime através de uma definição genéiica mas sim de um equilíbrio distinto de predisposições genéticas, comportamentos adquiridos, idade e perceções.Subestimamos com alguma frequência a importância de uma boa noite de sono. As distrações induzidas pelo ego -listas de tarefas pendentes, problemas financeiros, crises familiares e medos –
Pensar o Meu País
Pensar o meu país. De repente toda a gente se pôs a um canto a meditar o país. Nunca o tínhamos pensado, pensáramos apenas os que o governavam sem pensar. E de súbito foi isto. Mas para se chegar ao país tem de se atravessar o espesso nevoeiro da mediocralhada que o infestou. Será que a democracia exige a mediocridade? Mas os povos civilizados dizem que não. Nós é que temos um estilo de ser medíocres. Não é questão de se ser ignorante, incompetente e tudo o mais que se pode acrescentar ao estado em bruto. Não é questão de se ser estúpido. Temos saber, temos inteligência. A questão é só a do equilíbrio e harmonia, a questão é a do bom senso. Há um modo profundo de se ser que fica vivo por baixo de todas as cataplasmas de verniz que se lhe aplicarem. Há um modo de se ser grosseiro, sem ao menos se ter o rasgo de assumir a grosseria. E o resultado é o ridículo, a fífia, a «fuga do pé para o chinelo». O Espanhol é um «bárbaro», mas assume a barbaridade. Nós somos uns campónios com a obsessão de parecermos civilizados. O Francês é um ser artificioso,
Realização e Êxtase
Conviria distinguir bem um do outro o caminho para o êxtase e o próprio êxtase; o primeiro ainda pode ter algum interesse por todas as lutas interiores, por todas as incertezas, por todo o esforço de pensar amplamente a que em geral dá origem; no entanto já nele mesmo poderíamos ver, além de uma preocupação egoísta, uma alternativa de esperança e desespero, um gosto da revelação e dos auxílios sobrenaturais que não poderão talvez classificar-se como superiores.
Do êxtase, porém, não alimentamos grandes desejos; o amor que nele descobrimos não pertence à categoria do amor que mais nos interessa — o que eleva o amado acima de si próprio, o que se esforça por esculpir uma alma com entusiasmo e paciência; é um amor a que se chega como recompensa de tarefa cumprida; não marca as delícias do caminho difícil, apaga-as da memória; faz desaparecer do peito do homem o seu único motivo de alegria, a sua única fonte de verdadeira glória.
Viver interessa mais que ter vivido; e a vida só é vida real quando sentimos fora de nós alguma coisa de diferente; se a diferença se tornar oposição, se o que era caminho diverso se transformar em muro de rocha,
Aguentar os Desafios
Todos os desafios que enfrentamos têm o poder de nos derrotar. Mas ainda mais desconcertante do que o próprio embate é o nosso receio de não sermos capazes de o aguentar. Quando sentimos que o nosso chão treme, ficamos em pânico. Esquecemos tudo o que sabemos e deixamo-nos dominar pelo medo. Basta-nos imaginar o que poderia acontecer para nos desequilibrarmos.
Tenho a certeza de que a única forma de aguentarmos o terramoto é adaptarmos a nossa postura. Não conseguiremos evitar os tremores diários. Fazem parte de estar vivo. Mas acredito que essas experiências são dádivas que nos obrigam a dar um passo para a direita ou para a esquerda, em busca do nosso ponto de gravidade. Não os combata. Deixe que o ajudem a ajustar o passo.
O equilíbrio está no presente. Quando sentir a terra a tremer, transporte-se para o agora. Se o fizer, conseguirá lidar com todos os tremores de terra que o momento seguinte lhe possa trazer. Neste momento, você ainda respira. Neste momento, você sobreviveu. Neste momento, você está a descobrir uma forma de passar para o nível seguinte.
O Espelho dos Relacionamentos
A ideia do espelho dos relacionamentos é que procuramos subconscientemente nos outros o que precisamos de ver e de compreender em nós mesmos de modo a alcançarmos a integridade, o equilíbrio e a cura. O outro é um espelho através do qual podemos perceber os aspetos da nossa personalidade em que precisamos de trabalhar. É por isso que, de um ponto de vista espiritual, é inútil tentarmos mudar o comportamento dos outros como base da nossa própria felicidade. É tão fútil como tentar transformar a nossa imagem através do reflexo no espelho ou mesmo trocando de espelho.
Quanto mais identificamos os outros como uma expressão do amor e não pelos seus comportamentos, mais fácil é evitarmos uma atitude defensiva e dar às coisas demasiada importância. Isso permite-nos ouvir, aprender e crescer através de todos os nossos relacionamentos, criando assim uma base mais profunda de amor e de ligação entre os seres humanos. É assim que usamos o espelho dos relacionamentos para crescer emocional e espiritualmente.
Um relacionamento pode perder o interesse pelas mais diversas razões. Talvez possa dever-se a um desejo subconsciente de a terminar ou porque já cumpriu a sua missão e agora ambos estão preparados para algo mais.
Limitado mas Completo
O indivíduo mais limitado pode ser completo, se se move dentro das fronteiras das suas capacidades e das suas disposições pessoais. Pelo contrário, acontece que aquilo que noutros são qualidades incomparáveis, podem ser obscurecidas, apagadas ou mesmo aniquiladas, se se desfaz aquele equilíbrio imprescindível. E este mal há-de tornar-se ainda mais evidente nos tempos modernos; pois quem será capaz de satisfazer as exigências de um presente que não pára de crescer e que aliás cresce cada vez mais depressa?
O Temor Combate-se com a Esperança
Não haverá razão para viver, nem termo para as nossas misérias, se fôr mister temer tudo quanto seja temível. Neste ponto, põe em acção a tua prudência; mercê da animosidade de espírito, repele inclusive o temor que te acomete de cara descoberta. Pelo menos, combate uma fraqueza com outra: tempera o receio com a esperança. Por certo que possa ser qualquer um dos riscos que tememos, é ainda mais certo que os nossos temores se apaziguam, quando as nossas esperanças nos enganam.
Estabelece equilíbrio, pois, entre a esperança e o temor; sempre que houver completa incerteza, inclina a balança em teu favor: crê no que te agrada. Mesmo que o temor reuna maior número de sufrágios, inclina-a sempre para o lado da esperança; deixa de afligir o coração, e figura-te, sem cessar, que a maior parte dos mortais, sem ser afectada, sem se ver seriamente ameaçada por mal algum, vive em permanente e confusa agitação. É que nenhum conserva o governo de si mesmo: deixa-se levar pelos impulsos, e não mantém o seu temor dentro de limites razoáveis. Nenhum diz:
– Autoridade vã, espírito vão: ou inventou, ou lho contaram.
Flutuamos ao mínimo sopro. De circunstâncias duvidosas,
Sobre o Falso
Somos falsos de maneiras diferentes. Há homens falsos que querem parecer sempre o que não são. Outros há de melhor fé, que nasceram falsos, se enganam a si próprios o nunca vêem as coisas tal como são. Há alguns cujo espírito é estreito e o gosto falso. Outros têm o espírito falso, mas alguma correcção no gosto. E ainda há outros que não têm nada de falso, nem no gosto nem no espírito. Estes são muito raros, já que, em geral, não há quase ninguém que não tenha alguma falsidade algures, no espírito ou no gosto.
O que torna essa falsidade tão universal, é que as nossas qualidades são incertas e confusas e a nossa visão também: não vemos as coisas tal como são, avaliamo-las aquém ou além do que elas valem e não as relacionamos connosco da forma que lhes convém e que convém ao nosso estado e às nossas qualidades. Esse erro de cálculo traz consigo um número infinito de falsidades no gosto e no espírito: o nosso amor-próprio lisonjeia-se como tudo que se nos apresenta sob a aparência de bem; mas como há várias formas de bem que sensibilizam a nossa vaidade ou o nosso temperamento,
A Imortalidade
Ser imortal é coisa sem importância. Excepto o homem, todas as criaturas o são, porque ignoram a morte. O divino, o terrível, o incompreensível, é considerar-se imortal. Já notei que, embora desagrade às religiões, essa convicção é raríssima. Israelitas, cristãos e muçulmanos professam a imortalidade, mas a veneração que dedicam ao primeiro século prova que apenas crêem nele, e destinam todos os outros, em número infinito, para o premiar ou para o castigar.
Mais razoável me parece o círculo descrito por certas religiões do Indostão. Nesse círculo, que não tem princípio nem fim, cada vida é uma consequência da anterior e engendra a seguinte, mas nenhuma determina o conjunto… Doutrinada por um exercício de séculos, a república dos homens imortais tinha conseguido a perfeição da tolerância e quase do desdém. Sabia que num prazo infinito ocorrem a qualquer homem todas as coisas. Pelas suas passadas ou futuras virtudes, qualquer homem é credor de toda a bondade, mas também de toda a traição pelas suas infâmias do passado ou do futuro. Assim como nos jogos de azar as cifras pares e ímpares permitem o equilíbrio, assim também se anulam e se corrigem o engenho e a estupidez.
(…) Ninguém é alguém,
Os Vários Tipos de Coragem
A verdadeira coragem é uma das qualidades que supõem a maior grandeza de alma. Observo várias espécies dela: uma coragem contra a fortuna, que é filosofia; uma coragem contra as misérias, que é paciência; uma coragem na guerra, que é bravura; uma coragem nos empreendimentos, que é arrojo; uma coragem altiva e temerária, que é audácia; uma coragem contra a injustiça, que é firmeza; uma coragem contra o vício, que é severidade; uma coragem de reflexão, de temperamento, etc. Não é comum que um mesmo homem reúna tantas qualidades.
Octávio, no pleno da sua fortuna, elevado sobre precipícios, enfrentava perigos eminentes; mas a morte, presente na guerra, abalava sua alma. Um número incalculável de romanos que nunca tinham temido a morte nas batalhas não possuía essa outra coragem que submeteu a terra a Augusto.
Não apenas se encontram muitas espécies de coragem, mas na mesma coragem muitas desigualdades. Bruto, que teve a ousadia de atacar a fortuna de César, não teve a força de seguir a sua própria: havia alcançado o projecto de destruir a tirania apenas com os recursos da sua coragem, e teve a fraqueza de o abandonar com todas as forças do povo romano, por falta desse equilíbrio de força e de sentimento que sobrepõe os obstáculos e a lentidão dos sucessos.
A Arte de Viver
A arte de viver – dado que para viver é preciso fazer sofrer os outros (ver vida sexual, ver comércio, ver qualquer actividade) – consiste em habituarmo-nos a fazer todas as patifarias sem abalar o nosso equilíbrio interior. Ser capaz de todas as patifarias é a melhor bagagem que um homem pode possuir.
A Paz Social
Não nos seduz nem satisfaz a riqueza, nem o luxo da técnica, nem a aparelhagem que diminua o homem, nem o delírio da mecânica, nem o colossal, o imenso, o único, a força bruta, se a asa do espírito os não toca e submete ao serviço de uma vida cada vez mais bela, mais elevada e nobre. Sem nos distrair da actividade que a todos proporcione maior porção de bens e com eles mais conforto material, o ideal é fugir ao materialismo do tempo: levar a ser mais fecundo o campo, sem emudecer nele as alegres canções das raparigas; tecer o algodão ou a lã no mais moderno tear, sem entrelaçar no fio o ódio de classe nem expulsar da oficina ou da fábrica o nosso velho espírito patriarcal.
Duma civilização que regressa cientificamente à selva separa-nos sem remissão o espiritualismo — fonte, alma, vida da nossa História. Fugimos a alimentar os pobres de ilusões, mas queremos a todo o transe preservar da onda que cresce no Mundo a simplicidade de vida, a pureza dos costumes, a doçura dos sentimentos, o equilíbrio das relações sociais, esse ar familiar, modesto mas digno da vida portuguesa — e, através dessas conquistas ou reconquistas das nossas tradições,
Chorar e Rir
E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo, cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.
O Perfeito Controle da Alegria e da Dor
Alegria desmedida e dor muito violenta acometem sempre e apenas a mesma pessoa: pois ambas se condicionam reciprocamente e são também condicionadas juntas por uma grande vivacidade do espírito. Ambas são causadas, não pelo simples presente, mas pela antecipação do futuro. No entanto, visto que a dor é essencial à vida e, pelo seu grau, é também determinada pela natureza do sujeito – o que implica que, na realidade, modificações repentinas, sendo sempre externas, não podem mudar o seu grau -, na base do júbilo ou da dor excessivos há sempre um erro e uma falsa crença: por conseguinte, essas duas exaltações do espírito poderiam ser evitadas com o uso do juízo.
Todo o júbilo desmedido repousa sempre na ilusão de ter encontrado na vida algo que não se pode encontrar realmente, isto é, uma satisfação durável dos desejos ou preocupações tormentosos e sempre renascentes. Mais tarde, é inevitável que nos separemos de cada ilusão dessa espécie, pagando-a então, quando desaparece, com igual dor amarga, independentemente da alegria que o seu surgimento nos tenha proporcionado.
Nesse sentido, ela assemelha-se por completo a uma altura da qual o único momento de descer novamente é a queda, de maneira que deveria ser evitada: e toda a dor repentina ou excessiva é justamente apenas a queda de tal altura,
O que é Dar a Vida?
Dar a vida é amar. Abdicar de si… em favor de um outro. Vencer egoísmos e medos com a convicção de que dar-se nunca é um excesso nem uma cobardia.
Dar a vida é perder-se para se encontrar. Entregar-se para se receber… É aparecer, sair de si até ao ponto de se poder ver bem diante dos próprios olhos.
Dar a vida é vivê-la tal como ela é na essência: generosa! Ser mais vida na vida de outro alguém. Cuidar da existência do outro com a sua… dar a vida é ser outro. Melhor. Muito.
Dar a vida é ser um sorriso apenas com um olhar. É oferecer lágrimas a quem já perdeu as suas. Ser um silêncio onde há paz… e uma melodia que revela que o melhor do mundo repousa em nós… à espera de nós.Dar a vida é reconhecer a beleza que há neste mundo. No outro e no mundo do outro. É contribuir para o equilíbrio e ficar em harmonia… com tudo e com cada coisa, compreendendo que a verdadeira alegria é a coisa mais séria da vida.
Dar a vida é guardar-se para o momento oportuno,
A grande responsabilidade do ser humano consiste em saber discernir. O mundo espera que cada um de nós assuma esta importante tarefa do justo equilíbrio.
A Sabedoria das Facções
Muita gente tem uma nova sabedoria, também chamada uma opinião apaixonada, de que, para um príncipe governar o seu Estado, ou para uma alta personalidade conduzir os seus processos, a principal parte da habilidade consiste em obter a concordância das facções. Quando, pelo contrário, a principal sabedoria está em ordenar as coisas que são de interesse geral, e acerca das quais os homens das diversas facções nunca concordam, ou em resolvê-las mediante consulta privativa a cada pessoa. Não digo, porém, que a consideração das facções seja para desprezar. Os homens fracos devem aderir, mas os grandes homens, que têm valor por si próprios, farão melhor em manterem-se indiferentes ou neutrais perante as facções; todavia, até mesmo para os principiantes, o melhor caminho que lhes é dado é o de aderirem tão moderadamente quanto possível a uma facção para serem tolerados pela outra.
A facção menos numerosa e mais fraca é a mais firme na sua condição. Quando uma facção se extingue, o remanescente subdivide-se, o que é bom para a outra. Observa-se geralmente que muitos homens, uma vez bem colocados, passam para a facção contrária daquela em que haviam entrado. O traidor à sua facção geralmente progride com tal acto,