Ă a Conformidade que Torna a ConvivĂȘncia AgradĂĄvel
Aqueles que se contentam em recitar os antigos nĂŁo tornam a sociedade mais ĂĄgil. Mas, quando se busca e se diz uma quantidade de coisas que nĂŁo provĂ©m de quem quer que seja, Ă© possĂvel ao menos encontrar alguma que a sociedade nĂŁo sabia. Pois Ă© um grande erro imaginar que nĂŁo se pode dizer nada que nĂŁo tenha sido dito. (…) Estraga-se frequentemente aquilo que se deseja muito polir e muito embelezar. O meio de evitar esse inconveniente, tanto para bem escrever como para bem falar, Ă© ter ainda mais cuidado com a simplicidade do que com a perfeição das coisas.
O ar nobre e natural Ă© o principal atractivo da eloquĂȘncia, e entre a gente da sociedade, o que provĂ©m do estudo Ă© quase sempre mal acolhido. Deve-se atĂ© mesmo conter o espĂrito em muitas ocasiĂ”es, e evitar o que se sabe de maior valor. Admiramos facilmente as coisas que estĂŁo acima de nĂłs, e que perdemos de vista; mas apenas as amamos raramente, e isso Ă© o que importa. Os animais buscam apenas os animais da sua espĂ©cie, e nĂŁo seguem os mais perfeitos. Ă a conformidade que torna a convivĂȘncia agradĂĄvel, e que faz amar com uma afeição recĂproca.
Textos sobre Erros de Antoine Gombaud
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