O Individual como Base do Colectivo
Tudo quanto é apenas colectivo é desordem. A ordem vem da composição individual. Mas a composição individual para formar em si a ordem necessita de que esta também se projecte no colectivo.
A expressĂŁo do colectivo Ă© o pĂąnico. O terror sĂł se submete pelo terror. O pĂąnico tem duas expressĂ”es de terror: a centrĂfuga e a centrĂpeta. A expressĂŁo que se desfaz a si mesma e a que permanece estĂĄtica e se adentra.A Ășnica maneira de aparentar a ordem no colectivo Ă© manejar o pĂąnico. Mas como todo o estado psĂquico, por mais inteiro que se apresente tende a suavizar-se se era violento e a tornar-se violento se era suave, Ă© necessĂĄrio para manter o estado de pĂąnico, que se lhe estabeleçam tantas modalidades diferentes e sucessivas que consigam realmente fazer desviar as atençÔes da sua insistĂȘncia. PorĂ©m, este processo nĂŁo tem fim. Ă o processo da mĂstica colectiva. Filha do desespero individual, a mĂstica colectiva nĂŁo faz alterar a realidade mas consegue temporĂĄriamente submeter todos os indivĂduos Ă s mesmas circunstĂąncias. E atĂ© que se formem as novas Ă©lites as mĂsticas colectivas sĂŁo espera.
Ao vermos os grandes exércitos, reluzentes nas paradas ou disfarçados com a própria cor da terra das batalhas,
Textos sobre Estado de Almada Negreiros
2 resultadosMatĂ©ria e EspĂrito
NĂłs hoje estamos ao mesmo tempo na melhor Ă©poca da humanidade e na pior. TĂŁo depressa sentimos que tudo em nĂłs e em redor marcha unĂssono em frente, como subitamente um grande atrito emperra as nossas prĂłprias articulaçÔes. HĂĄ ao mesmo tempo qualquer coisa que nos desacompanha e qualquer coisa que nos anima. HĂĄ caminhos inteiros que terminam sĂșbito e nĂŁo hĂĄ caminho inteiro e vitalĂcio. E nĂłs desejamos francamente acertar com a direcção Ășnica e onde o Ășnico obstĂĄculo seja de verdade o mistĂ©rio do futuro.
Todo aquele que se lance mais animado pela palavra espĂrito, nĂŁo creia que faz mais do que estar sujeito a uma determinante actual. A consciĂȘncia material, como acontece hoje, dĂĄ entrada natural para o campo do espĂrito. Assim tambĂ©m o espĂrito tem existĂȘncia vital segundo a qualidade de consciĂȘncia da matĂ©ria. O espĂrito apartando da matĂ©ria nĂŁo Ă© deste mundo. EspĂrito e matĂ©ria confundem-se em vida.
Acontece, porĂ©m, que os fugitivos da matĂ©ria transformam em si esse unilateralismo ao ingressar no espĂrito, e ficam outra vez de banda, inversamente agora, mas como antes. Ora o espĂrito nĂŁo tem mais dimensĂ”es do que a matĂ©ria; sĂŁo outras, mas idĂȘnticas, que se justapĂ”em,