Em Toda a Biblioteca há Espíritos

Penso que em toda a biblioteca há espĂ­ritos. Esses sĂŁo os espĂ­ritos dos mortos que sĂł despertam quando o leitor os busca. Assim, o acto estĂ©tico nĂŁo corresponde a um livro. Um livro Ă© um cubo de papel, uma coisa entre coisas. O acto estĂ©tico ocorre muito poucas vezes, e cada vez em situações inteiramente diferentes e sempre de modo preciso. (…) Detenhamo-nos nesta ideia: onde está a fĂ© do leitor? Porque, para ler um livro, devemos acreditar nele? Se nĂŁo acreditamos no livro, nĂŁo acreditamos no prazer da leitura. (…) Acompanhamos a ficção como acontece, de alguma maneira, no sonho.