Textos sobre Fome de José Luís Nunes Martins

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Textos de fome de José Luís Nunes Martins. Leia este e outros textos de José Luís Nunes Martins em Poetris.

Dar o que Temos Ă© Pouco

Quem apenas dá o que tem dá sempre pouco. Cada um de nós é muito mais do que aquilo que possui. Assim, mais do que dar o que temos, devemos dar o que somos.

Quem dá o que é irradia o bem da sua existência, semeia-se enquanto bondade… faz-se mais e melhor.

Há quem tenha tudo e nĂŁo seja nada. Julgando que o seu valor está no que possui, exibe os seus bens como se fossem condecorações… desprezando nĂŁo sĂł o que Ă©, mas, e ainda mais importante, o que poderia ser.

Quanto às coisas materiais, será melhor merecer o que não se tem do que ter o que não se merece… tal como é preferível ser credor do que devedor.

Nunca Ă© bom depender do que nĂŁo depende de nĂłs.
Hoje confundem-se desejos com necessidades. Na verdade, não são sequer comparáveis, na medida em que os desejos buscam uma satisfação inalcançável. Pois assim que se sacia um desejo, logo outro, maior, toma o seu lugar. São vontades estranhas à nossa paz e capazes de alimentar contra nós uma guerra sem fim. É importante que atendamos às nossas verdadeiras carências, mas com o cuidado de afastar daí todos os desejos que querem passar por elas.

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Os Inimigos do Progresso

O progresso que se deseja hoje é algo que dependerá mais da vontade individual do que dos prodígios impessoais dos mercados.

A miséria e a ignorância são dois travões ao desenvolvimento.

Hoje, nenhuma pobreza é casual ou inevitável, porque existem os meios que permitem garantir a total erradicação da indigência. A que existe é fruto de uma decisão maioritária de vontades individuais. Alguns julgam que será consequência da ação dos mercados que, ao selecionar e premiar os melhores, filtra e castiga os que têm menos capacidades de contribuir para o sucesso tal como o entendem alguns; outros preferem apontar como causa da pobreza a existência de gente rica, logo, a solução passaria, para estes, por eliminar as camadas sociais mais abastadas. Entre tanta discussão não fazem nada, e quase unanimemente condenam quem o faz.
A ignorância Ă© um mal. A liberdade supõe o privilĂ©gio atĂ© de errar, mas sempre dentro de um quadro com todas as opções. Quem nĂŁo sabe, nĂŁo pode escolher bem. SĂł há liberdade com conhecimento. Mas há muitos que julgam que sĂł serĂŁo livres enquanto nĂŁo o formos todos…

Se em vez de nos sentarmos a divagar nos levantássemos e,

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