Os Hábitos Embutidos
Já me não entendo com essa gente dos comboios suburbanos; esses homens que homens se julgam e que, no entanto, como as formigas, estão reduzidos, por uma pressão que não sentem, aos hábitos que lhes criam. Quando ociosos, em que ocupam eles os seus absurdos e insignificantes domingos?
Certa vez, na Rússia, ouvi tocar Mozart numa fábrica. Escrevi a esse respeito. Recebi duzentas cartas insultuosas. Não quero mal aos que preferem um reles café-concerto. Nenhuma outra harmonia eles conhecem. Mas abomino o dono do café-concerto. Não gosto que degradem os homens.
Textos sobre Formigas de Antoine de Saint-Exupéry
2 resultados Textos de formigas de Antoine de Saint-Exupéry. Leia este e outros textos de Antoine de Saint-Exupéry em Poetris.
O IndivĂduo e a Colectividade
Em vez de afirmarmos os direitos do Homem atravĂ©s dos indivĂduos, começámos a falar dos direitos da Colectividade. Vimos introduzir-se insensivelmente uma moral do Colectivo que negligencia o Homem. Esta moral explicará claramente por que razĂŁo o indivĂduo se deve sacrificar Ă Comunidade. Já nĂŁo explicará, sem artifĂcios de linguagem, por que razĂŁo uma Comunidade se deve sacrificar por um sĂł homem. Por que razĂŁo Ă© equitativo que mil morram para libertar um sĂł da prisĂŁo da injustiça. Ainda nos lembramos disso, mas esquecemo-lo pouco a pouco. E, no entanto, Ă© neste princĂpio, pelo qual nos distinguimos tĂŁo claramente da formiga, que reside acima de tudo a nossa grandeza.