Felicidade Aparente
Ao reflectir sobre a frescura das recordações, sobre a cor encantada de que elas se revestem num passado longĂnquo, nĂŁo pude deixar de admirar esse trabalho involuntário da alma que separa e suprime na recordação desses momentos agradáveis tudo o que poderia diminuir o encanto do momento entĂŁo vivido.
(…) Poderá uma pessoa afirmar ter sido feliz num determinado momento da sua vida, que lhe parece encantador retrospectivamente? O prĂłprio facto de o recordar ao dar-se conta da felicidade que entĂŁo deve ter sentido deve satisfazĂŞ-lo. Mas ter-se-ia sentido efectivamente feliz nesse instante de pretensa felicidade?
Pode-se compara essa pessoa com um indivĂduo que possuĂsse uma parcela de terra em que estivesse escondido um tesouro, do qual ele, contudo, nĂŁo teria conhecimento. Poder-se-Ă considerar «rico» esse homem? Do mesmo modo nĂŁo considero feliz aquele que o Ă© sem se aperceber disso, ou sem saber a que ponto monta a sua felicidade.
Textos sobre Frescura de Eugène Delacroix
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