Prazer com Virtude
Que dizer do facto de tanto os homens bons como os maus terem prazer, e de os homens infames terem tanto gosto em cometer actos vergonhosos como os homens honestos têm nas suas acções excelentes? É por isso que os antigos prescreveram que se procurasse a vida melhor, não a mais agradável, de forma a que o prazer fosse, não o guia, mas um companheiro da vontade recta e boa. Na verdade, a natureza deve ser o nosso guia: a razão observa-a e consulta-a. Por isso, viver feliz é o mesmo que viver de acordo com a natureza. Passo a explicar o que quer isto dizer: se conservarmos os nossos dons corporais e as nossas aptidões naturais com diligência, mas também com impavidez, tomando-os como bens efémeros e fugazes; se não nos tornarmos servos deles, nem nos submetermos a coisas exteriores; se as coisas que são circunstanciais e agradáveis ao corpo forem para nós como auxiliares e tropas ligeiras num castro (que obedecem, não comandam); nesta medida, todas estas coisas serão úteis à mente.
Não se deixe o homem corromper pelas coisas externas e inalcançáveis, e admire-se apenas a si próprio, confiando no seu ânimo e mantendo-se preparado para tudo,
Textos sobre Honestos de SĂ©neca
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A Embriaguez também é Necessária
Ă€s vezes tambĂ©m Ă© preciso chegar atĂ© a embriaguez, nĂŁo para que ela nos trague, mas para que nos acalme: pois ela dissipa as preocupações, revolve atĂ© o mais fundo da alma e a cura da tristeza assim como de certas enfermidades. E LĂber foi chamado o inventor do vinho nĂŁo porque solta a lĂngua, mas sim porque liberta a alma da escravidĂŁo das inquietações; restabelece-a, fortalece-a e fá-la mais audaz para todos os esforços. Mas, como na liberdade, tambĂ©m no vinho Ă© salutar a moderação. CrĂŞ-se que SĂłlon e ArcĂ©silas eram dados ao vinho; a CatĂŁo, reprovou-se-lhe a embriaguez: mais facilmente se fará honesto esse crime do que CatĂŁo desonroso.