Todos Pensam de Forma Diferente, e Muitas Vezes Efémera

Cada indivĂ­duo vĂȘ o mundo – e o que este tem de acabado, de regular, de complexo e de perfeito – como se se tratasse apenas de um elemento da Natureza a partir do qual tivesse que constituir um outro mundo, particular, adaptado Ă s suas necessidades. Os homens mais capazes tomam-no sem hesitaçÔes e procuram na medida do possĂ­vel comportar-se de acordo com ele. HĂĄ outros que nĂŁo se conseguem decidir e que ficam parados a olhar para ele. E hĂĄ ainda os que chegam ao ponto de duvidar da existĂȘncia do mundo.
Se alguĂ©m se sentisse tocado por esta verdade fundamental, nunca mais entraria em disputas e passaria a considerar, quer as representaçÔes que os outros possam fazer das coisas, quer a sua, como meros fenĂłmenos. Porque de facto verificamos quase todos os dias que aquilo que um indivĂ­duo consegue pensar com toda a facilidade pode ser impossĂ­vel de pensar para um outro. E nĂŁo apenas em relação a questĂ”es que tivessem uma qualquer influĂȘncia no bem estar ou no sofrimento das pessoas, mas tambĂ©m a propĂłsito de assuntos que nos sĂŁo totalmente indiferentes.