O Sentido Trágico do Amor
Todo o homem tende naturalmente para o amor. Acontece que o conceito comum de amor corresponde de forma quase universal a uma ideia genérica, ambivalente e, tantas vezes, errada, porque tão irreal.
Amar Ă© dar-se. Entregar a prĂłpria essĂŞncia a um outro, lutando em favor dele. De forma pura e gratuita, sem esperar outra recompensa senĂŁo a de saber que se conseguirá ser o que se Ă©. Amar, ao contrário do que julgam muitos, nĂŁo Ă© uma fonte de satisfação… Amar Ă© algo sĂ©rio, arrebatador e tremendamente desagradável. Quem ama sabe que isso mais se parece com uma espĂ©cie de maldição do que com narrativas infantis de final invariavelmente feliz…
Cavaleiros valentes e princesas encantadas são, no entanto, excelentes metáforas que pretendem passar a ideia da coragem e da nobreza de carácter essenciais a quem ama. Ama-se quando se é capaz de se ser quem é, verdadeiramente.
Esta luta herĂłica pelo valor da essĂŞncia do outro nĂŁo está ao alcance de todos. A maior parte das pessoas sĂŁo egocĂŞntricas, alegram-se a entrançar os seus egoĂsmos em figuras improvisadas de resultado sempre disforme a que teimam chamar amor. Talvez porque assim consigam disfarçar o vazio que Ă© a prova de quĂŁo frustrante,
Textos sobre InĂ©rcia de JosĂ© LuĂs Nunes Martins
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