A ImaginaĆ§Ć£o Ć© a Base do Homem
De tal modo a imaginaĆ§Ć£o Ć© a base do homem ā Joana de novo ā que todo o mundo que ele tem construĆdo encontra sua justificativa na beleza da criaĆ§Ć£o e nĆ£o na sua utilidade, nĆ£o em ser o resultado de um plano de fins adequados Ć s necessidades. Por isso Ć© que vemos multiplicarem-se os remĆ©dios destinados a unir o homem Ć s ideias e instituiƧƵes existentes ā a educaĆ§Ć£o, por exemplo, tĆ£o difĆcil ā e vemo-lo continuar sempre fora do mundo que ele construiu. O homem levanta casas para olhar e nĆ£o para nelas morar. Porque tudo segue o caminho da inspiraĆ§Ć£o. O determinismo nĆ£o Ć© um determinismo de fins, mas um estreito determinismo de causas. Brincar, inventar, seguir a formiga atĆ© seu formigueiro, misturar Ć”gua com cal para ver o resultado, eis o que se faz quando se Ć© pequeno e quando se Ć© grande. Ć erro considerar que chegamos a um alto grau de pragmatismo e materialismo. Na verdade o pragmatismo ā o plano orientado para um dado fim real ā seria a compreensĆ£o, a estabilidade, a felicidade, a maior vitĆ³ria de adaptaĆ§Ć£o que o homem conseguisse. No entanto fazer as coisas Ā«para quĆŖĀ» parece-me, perante a realidade,
Textos sobre InstituiĆ§Ć£o de Clarice Lispector
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