Homens Exageradamente Subtis

Os homens exageradamente subtis raro sĂŁo grandes homens, e as suas pesquisas sĂŁo, na maior parte dos casos, tĂŁo inĂșteis como requintadas. Afastam-se cada vez mais da vida prĂĄtica, de que se deveriam aproximar. Assim como os mestres de dança ou de esgrima nĂŁo começam por ensinar a anatomia dos braços e das pernas, tambĂ©m uma filosofia sĂŁ e utilizĂĄvel deve partir de muito mais alto do que todas as suas especulaçÔes. «Deve pĂŽr-se o pĂ© assim para se nĂŁo cair» e «é necessĂĄrio acreditar nisto pois seria absurdo nĂŁo acreditar», constituem bases muito boas.
As pessoas que quiserem ir mais longe podem fazĂȘ-lo, mas sem pensarem que fazem algo de grande, porque se tudo resultar, nada mais encontrarĂŁo, no fim de contas, do que aquilo que o homem razoĂĄvel sabia hĂĄ muito.
O homem que faz uma nova demonstração do dĂ©cimo segundo teorema de Euclides merece ser chamado engenhoso, mas nem por isso contribuirĂĄ mais para o alargamento das fronteiras da ciĂȘncia do que se nĂŁo tivesse feito tal invenção. Mas nunca, por certo, chegareis a convencer o cĂ©ptico, porque que argumento deste mundo serĂĄ capaz de convencer um homem capaz de acreditar em absurdidades? E alguĂ©m que quer ser convencido merecerĂĄ ser refutado?

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