A Liberdade de Imprensa
A censura e a liberdade de imprensa hão-de continuar sempre a sua luta. O poderoso exige e exerce a censura; o homem sem poderes reclama a liberdade de imprensa. O primeiro quer ser obedecido, em vez de ser limitado nos seus planos ou na sua actividade por uma contradição insolente. O segundo quer dar voz às razões que lhe legitimam a desobediência. Por toda a parte se encontrará uma tal oposição.
Notar-se-à contudo também que, à sua maneira, o mais fraco, o que sofre a dominação, procura igualmente limitar a liberdade de imprensa, nomeadamente quando conspira e procura não ser traído.
Ninguém clama tanto por liberdade de imprensa como aquele que a quer perverter.
Textos sobre Luta de Johann Wolfgang von Goethe
4 resultadosO Humor é um Indicador do Equilíbrio
O humor surge quando a razão não está em perfeito equilíbrio com as coisas e, das duas uma, ou luta por dominá-las sem o conseguir – caso em que se fala do «mau humor» -, ou se deixa dominar até certo ponto por elas, não se importando, salvo honore, de entrar no jogo – caso em que estamos perante o chamado «bom humor». Um bom símbolo para estas vicissitudes da razão seria um pai que condescende em brincar com os filhos e que acaba por ter mais prazer com a brincadeira do que aquele que lhes proporciona.
O Verdadeiro é Simples
O verdadeiro, o bom, o inigualável é simples e é sempre idêntico a si mesmo, seja qual for a forma sob a qual ocorre. Pelo contrário, o erro, sobre o qual sempre recairá a censura, é de uma extrema diversidade, diferente em si mesmo, em luta não apenas contra o verdadeiro e bom mas também consigo mesmo, sempre em contradição consigo próprio. É por isso que em todas as literaturas as expressões de censura hão-de ser sempre muito mais que as palavras destinadas aos louvores.
A Luta do Antigo e do Novo
É sempre igual a luta do que é antigo, do que já existe e procura subsistir, contra o desenvolvimento, a formação e a transformação. Toda a ordem acaba por dar origem à pedanteria e para nos libertarmos dela destrói-se a ordem. Depois, demora sempre algum tempo até que se ganhe consciência de que é preciso voltar a estabelecer uma ordem. O clássico face ao romântico, a obrigação corporativa face à liberdade profissional, o latifúndio face à pulverização da propriedade fundiária: o conflito é sempre o mesmo e há-de sempre dar origem a um novo conflito. Deste modo, a maior prova de entendimento por parte do governante seria regular essa luta de tal maneira que, sem prejuízo de cada uma das partes, conseguisse manter-se equidistante.
É, no entanto, uma possibilidade que não foi dada aos homens, e Deus não parecer querer que assim aconteça.