Casar por Amor
Quando eu pensava que nĂŁo podia ser mais feliz, manhĂŁ apĂłs manhĂŁ era mais, mas sĂł um bocadinho mais do que o máximo humanamente possĂvel; pensava eu ser absolutamente impossĂvel que eu fosse, de repente, muito mais feliz, do que a prĂłpria felicidade atĂ©. Mas, de repente, fui. Muito mais. Casei com o meu amor e o meu amor tornou-se a minha mulher, minha em tudo, para tudo, para sempre. E eu, finalmente, consegui divorciar-me de mim e deixar de ser tĂŁo triste e aborrecidamente meu, trocando-me, no melhor negĂłcio do sĂ©culo, por ela. Ela ficou minha. Eu fiquei dela. É ou nĂŁo Ă© estranho e lindo e bem pensado por Deus Nosso Senhor que ambos pensemos que nos livrámos de boa e ficámos a ganhar? É.
É sim. A minha mulher Ă© mais minha do que eu alguma vez fui meu — e eu antes nĂŁo podia ter sido mais para mim, felizmente. Por ter tudo agora para lhe dar. Que alĂvio. Nunca mais me quero ver na vida.
A não ser aos olhos dela, onde sou muito bem visto — talvez o maior homem que já viveu, logo a seguir ao pai dela, claro. É um milagre como melhorei tanto.
Textos sobre Matemática de Miguel Esteves Cardoso
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