O Futuro do Homem
O homem pode sempre mais e coisa diversa daquilo que se esperaria dele. O homem Ă© inacabado e inacabável e sempre aberto ao futuro. NĂŁo há homem total e nĂŁo o haverá jamais. Por isso há dois modos de pensar o futuro do homem. Posso concebĂŞ-lo como um processo natural, análogo Ă quele que respeita aos objectos, e formular probabilidades. Ou entĂŁo posso imaginar as situações que vĂŁo ocorrer sem saber a resposta que lhes dará o homem, sem saber como, atravĂ©s delas, mas espontaneamente, ele se encontrará a si prĂłprio. No primeiro caso, aguardo um desenrolar necessário que poderia conhecer em princĂpio, mesmo se nĂŁo o conheço. No segundo caso, o futuro, longe de ser o desenvolvimento de necessidades causais implicadas pela realidade dada, depende do que será realizado e vivido em liberdade. As inĂşmeras pequenas acções dos indivĂduos, todas as suas livres decisões, todas as coisas que realizam, tĂŞm um alcance ilimitado. No primeiro caso submeto-me a uma necessidade contra a qual nada posso. No segundo procuro a fonte original que está na base da liberdade humana. Faço um apelo Ă vontade.
Caminhamos para um futuro que não pode ser conhecido, que, na sua totalidade, não está decidido.
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