Os Supermercados
Os supermercados sĂŁo os palácios dos pobres. NĂŁo sĂŁo sĂł os azarentos e os mal alojados, os que ao longo das gerações foram reduzindo os gastos da imaginação, que frequentam e, de certo modo, vivem o supermercado, as chamadas grandes superfĂcies. As grandes superfĂcies com a sua área iluminada e sempre em festa; a concentração dos prazeres correntes, como a alimentação e a imagem oferecida pelo cinema, satisfazem as pequenas ambições do quotidiano. NĂŁo há euforia mas há um sentimento de parentesco face Ă s limitações de cada um. A chuva e o calor sĂŁo poupados aos passeantes; a comida ligeira confina com a dieta dos adolescentes; há uma emoção prĂłpria que paira nas naves das grandes superfĂcies. SĂŁo as catedrais da conveniĂŞncia, dĂŁo a ilusĂŁo de que o sol quando nasce Ă© para todos e que a cultura e a segurança estĂŁo ao alcance das pequenas bolsas. NĂŁo há polĂcia, há uma paz de transeunte que a cidade já nĂŁo oferece.
Textos sobre Palácios de Agustina Bessa-LuĂs
1 resultado Textos de palácios de Agustina Bessa-LuĂs. Leia este e outros textos de Agustina Bessa-LuĂs em Poetris.