Rentabilizar o Tempo
Sempre que damos algo como adquirido deixamos de sentir a plenitude, abdicamos da essência e acabamos por nos esquecer do «Agora», o único momento de ação que temos e que é verdadeiramente real. O que pretendo afirmar com estas linhas é tão simples como isto: o facto de sabermos do fim aproxima-nos de tudo o que realmente vale a pena e nada é mais imponente que a natureza, as pessoas e os afetos. Nada é mais importante que a forma como escolhemos rentabilizar o tempo finito que temos. Damos mais valor à vida quando temos a certeza absoluta que vamos morrer e quanto mais cedo adquirirmos essa consciência, mais sentimos, mais nos damos, mais sabemos receber, mais arriscamos, mais desfrutamos, mais celebramos, mais inspiramos e, por conseguinte, mais felizes somos também.
Textos sobre Pena de Gustavo Santos
6 resultadosA Vontade de Mudar
A mudança implica dor. Dói porque nos obrigamos a romper com padrões calcinados de conforto e preguiça onde controlamos e sabemos tudo. Obriga-nos a crescer e não há nada que cresça sem nos abanar, criar desconforto e necessidade de adaptação. Mas quem muda sempre alcança. Ninguém chega a lado nenhum que valha a pena sem ter mudado alguma coisa. A vontade de mudar é uma espécie de ignição que liga o principal motor que nos conduz, o coração. Mudar é voltar a sentir, assumir responsabilidades, curar o que há para ser tratado e, finalmente, agir. E muitas vezes nem é preciso sair do mesmo lugar, basta alterarmos o significado mental que damos à situação que estamos a viver.
Não Te Leves Tão a Sério
Em todas as palestras que dou, reservo alguns minutos para este tema e, se possível, logo no início da conversa. Faço-o porque quero que a soma de todas as pessoas que me ouvem possam, rapidamente, ser um grupo. O objetivo é aproximá-las da minha energia e desconstruir padrões. Muitas vezes, em certos indivíduos, denoto uma forte resistência ao abraço de um desconhecido, ao vibrar com uma música que pede saltos e explosões de alegria e ao riso.
E porque é que isto acontece? Porque estão a levar os padrões que gerem as suas vidas demasiado a sério.– «Eu não toco assim numa pessoa que não conheço»; «Ai que vergonha, pôr-me aqui aos saltos»; «Alguma vez na vida, vou achar graça ao que ele disse? Convencido».
Estes exemplos são de gente real. De gente que se acha superior, mais educada e mais engraçada. Mas serão? Ou será esta gente de uma extrema insegurança? E estes exemplos de alguém que se sente ameaçado, com medo que lhe caia a máscara e extremamente vulnerável?Aprendi que o palco, o microfone e as centenas de olhos na minha direção já me dão um status mais do que suficiente para criar a ilusão de que sou mais do que o meu público.
Somos os Comandantes das Nossas Vidas
Se alguém te disser que aquilo que queres não interessa para nada, desinteressa-te dessa pessoa.
Somos os comandantes das nossas vidas.
Somos nós, portanto, que escolhemos com quem queremos caminhar, e ai de alguém que acredite que pode entrar à força na nossa vida sem a devida autorização. Na minha não entram, disso podes ter a certeza. E se todos pensássemos assim, se todos agíssemos em conformidade com esta breve alusão ao nosso poder pessoal, viveríamos todos num autêntico mar de rosas. Mas não. Este princípio básico é o terror de muita gente. A maioria talvez. Malta que acredita que tem de aguentar o suplício de viver ou conviver com quem lhe quer mal ou lhe é indiferente. É uma desgraça. É o reinado do medo. Do medo de ficar sozinho, de nunca mais sentir nada por ninguém, de tudo o que possam dizer ou pensar se agirem como desejam, da reação do outro, de magoá-lo, enfim, o medo de tudo. Ora bem, esta onda de passividade e permissividade gera a extinção da confiança, fomenta o canibalismo do amor-próprio e inverte todo e qualquer tipo de educação apropriada. Como é que algum filho, por exemplo, pode desenvolver-se em amor se tudo o que vê em casa são duas pessoas que mal se olham ou que se atacam,
Só Dependes de Ti para Ser Feliz
Só dependes de ti para ser feliz.
A felicidade encontra-se dentro de ti. Este é o teu princípio. O fim será aquele que tu quiseres.
Aprendi isto enquanto escrevia o meu primeiro livro, “Carta Branca”. Um relato muito pessoal acerca da minha primeira grande viagem interior em busca dessa específica descoberta. Iniciei-o numa fase muito conturbada da minha vida, em que a relação comigo era praticamente inexistente e quando existia não passava de agressões a mim mesmo, baseadas, naturalmente, em muito daquilo que ouvira, aprendera e modelara na minha infância e adolescência. Como costumo dizer, tinha muita dificuldade em estar ao meu lado. Não me conhecia, apenas sabia o que representava para os outros. Não sabia o que queria, apenas sabia o que os outros queriam de mim. E não sabia para onde queria ir, apenas para onde todos queriam que eu fosse. Naturalmente que esta ausência total de conhecimento não podia germinar coisa boa. E assim era. Eu era revolta, angústia, insegurança, permissividade e medo. E lembro-me, lembro-me perfeitamente, quando disse a mim mesmo que se a minha vida não passasse disto não valeria a pena estar vivo. Recordo-me da dor que vivia comigo. Mas recordo-me também que foi ela que me incentivou a escrever.
Expulsar Alguém das Nossas Vidas
Agora, uma questão importante: por favor, não tenhas pena de excluir, temporariamente ou definitivamente, seja quem for da tua vida. Esse sintoma pode relegar a tua vida para uma constante e generalizada insatisfação. É o pior que podes fazer, pois além de não te comprometeres com aquilo que verdadeiramente desejas e não te permitires caminhar com os bons, também não consentes que os outros sintam o verdadeiro impacto que os seus padrões de comportamento têm e, como tal, não os excluindo estarás a dizer às suas mentes que podem continuar a agir assim pois nada perdem com isso. A tua pena matar-te-á.
Recordo-me do magnífico efeito que algumas expulsões temporárias tiveram na minha vida. Lembro-me de respirar melhor, pois abandonara as vozes que me cobravam e culpavam, mas lembro-me também da reconciliação e de testemunhar na primeira pessoa a mudança inerente ao afastamento. Expulsar alguém das nossas vidas representa não só um brilhante manifesto de poder pessoal como também, e muitas vezes, a oportunidade necessária para fazer o outro repensar a sua forma de estar, apurar os seus valores e perceber o que o motivava a agir daquela maneira. Não tenhas pena, ama-te e permite, ainda que doa,