A Visita do PrĂncipe
NĂŁo sei nunca o que me trazem as palavras, elas gostam tanto de me surpreender. Hoje ao levantar da nĂ©voa trouxeram-me a casa sobre o rio, o terraço escassamente iluminado por um lampeĂŁo que balançava ao vento, o pequeno sapo que todas as noites, rente ao muro, se ia aproximando, depositário de tudo o que nesse tempo em mim se confundia com a ternura. Pequeno prĂncipe da vadiagem, por ali se quedava sem outro ofĂcio que nĂŁo fosse o de receber alguma carĂcia, sĂł depois regressando por entre a humidade das pedras aos pântanos da sombra, a noite inteira nos olhos desmedidos.
Textos sobre PrĂncipes de EugĂ©nio de Andrade
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