É Preciso Restaurar o Homem
A minha civilização repousa sobre o culto do Homem atravĂ©s dos indivĂduos. Teve o desĂgnio, durante sĂ©culos, de mostrar o Homem, assim como ensinou a distinguir uma catedral atravĂ©s das pedras. Pregou esse Homem que dominava o indivĂduo…
Porque o Homem da minha civilização não se define através dos homens. São os homens que se definem através dele. Há nele, como em todo o Ser, qualquer coisa que os materiais que o compõem não explicam. Uma catedral é uma coisa muito diferente de uma soma de pedras. É geometria e arquitectura. Não são as pedras que a definem, é ela que enriquece as pedras com o seu próprio significado. Essas pedras ficam enobrecidas por serem pedras de uma catedral. As pedras mais diversas servem a sua unidade. A catedral as absorve, até às gárgulas mais horrendas, no seu cântico.
Mas, pouco a pouco, esqueci a minha verdade. Julguei que o Homem resumia os homens, tal como a Pedra resume as pedras. Confundi catedral e soma de pedras, e, pouco a pouco, a herança desvaneceu-se. É preciso restaurar o Homem. Ele Ă© a essĂŞncia da minha cultura. Ele Ă© a chave da minha Comunidade. Ele Ă© o princĂpio da minha vitĂłria.
Textos sobre PrincĂpio de Antoine de Saint-ExupĂ©ry
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O IndivĂduo e a Colectividade
Em vez de afirmarmos os direitos do Homem atravĂ©s dos indivĂduos, começámos a falar dos direitos da Colectividade. Vimos introduzir-se insensivelmente uma moral do Colectivo que negligencia o Homem. Esta moral explicará claramente por que razĂŁo o indivĂduo se deve sacrificar Ă Comunidade. Já nĂŁo explicará, sem artifĂcios de linguagem, por que razĂŁo uma Comunidade se deve sacrificar por um sĂł homem. Por que razĂŁo Ă© equitativo que mil morram para libertar um sĂł da prisĂŁo da injustiça. Ainda nos lembramos disso, mas esquecemo-lo pouco a pouco. E, no entanto, Ă© neste princĂpio, pelo qual nos distinguimos tĂŁo claramente da formiga, que reside acima de tudo a nossa grandeza.