Igualdade nĂŁo Ă© Identidade
Combaterei pelo primado do Homem sobre o indivĂduo – como do universal sobre o particular. Creio que o culto do universal exalta e liga as riquezas particulares – e funda a Ășnica ordem verdadeira, que Ă© a da vida. Uma ĂĄrvore estĂĄ em ordem, apesar das raĂzes que diferem dos ramos.
Creio que o culto do particular sĂł leva Ă morte – porque funda a ordem na semelhança. Confunde a unidade do Ser com a identidade das suas partes. E devasta a catedral para alinhar pedras. Combaterei, pois, todo aquele que pretenda impor um costume particular aos outros costumes, um povo aos outros povos, uma raça Ă s outras raças, um pensamento aos outros pensamentos.
Creio que o primado do Homem fundamenta a Ășnica Igualdade e a Ășnica Liberdade que tĂȘm significado. Creio na Igualdade dos direitos do Homem atravĂ©s de cada indivĂduo. E creio que a Ășnica liberdade Ă© a da ascensĂŁo do homem. Igualdade nĂŁo Ă© Identidade. A Liberdade nĂŁo Ă© a exaltação do indivĂduo contra o Homem. Combaterei todo aquele que pretenda submeter a um indivĂduo – ou a uma massa de indivĂduos – a liberdade do Homem.
Creio que a minha civilização denomina «Caridade» o sacrifĂcio consentido ao Homem para que este estabeleça o seu reino.
Textos sobre Ramos de Antoine de Saint-Exupéry
2 resultadosNĂŁo Pode Existir Amor Sem Verdadeira Troca
NĂŁo te lembras de ter encontrado na vida aquela que se considera um Ădolo? Que havia ela de receber do amor? Tudo, atĂ© a tua alegria de a encontrares, se torna homenagem para ela. Mas, quanto mais a homenagem custa, mais vale: ela saborearia melhor o teu desespero.
Ela devora sem se alimentar. Ela apodera-se de ti para te queimar à sua honra. Ela é semelhante a um forno crematório. Ela, na sua avareza, enriquece-se de vårias capturas, julgando encontrar a alegria nessa acumulação. E não acumula mais do que cinzas. Porque o verdadeiro uso dos teus dons era caminho de um para o outro, e não captura.
Ela verĂĄ penhores nos teus dons e abster-se-ĂĄ de tos conceder em paga. Na falta de arrebatamentos que te satisfariam, a falsa reserva dela far-te-ĂĄ ver que a comunhĂŁo dispensa sinais. Ă marca da impotĂȘncia para amar, nĂŁo elevação do amor. Se o escultor despreza a argila, terĂĄ de modelar o vento. Se o teu amor despreza os sinais do amor a pretexto de atingir a essĂȘncia, o teu amor nĂŁo passa de um palavreado. NĂŁo descuides as felicitaçÔes, nem os presentes, nem os testemunhos.Serias capaz de amar a propriedade,