A RazĂŁo Ă© um Instrumento do Prazer
NĂŁo existe objecto das nossas paixĂ”es, nĂŁo importa quĂŁo vil ou despreÂzĂvel possa parecer, que deixemos de julgar como bom quando sentiÂmos prazer em possuĂ-lo. (…) Todas as coisas sĂŁo merecedoras de amor ou aversĂŁo, seja em si mesmas, seja por meio de algo a que esteÂjam associadas; e, quando somos movidos por alguma paixĂŁo, nĂłs rapidamente descobrimos no objecto o bem ou o mal que a alimenta. (… ) Isso Ă© suficiente para fazer a razĂŁo, comumente um instrumento do prazer, funcionar de modo a defender a causa desse prazer.
Textos sobre RazĂŁo de Nicolas Malebranche
2 resultadosExcesso de Leitura
Existem dois modos distintos de ler os autores: um deles Ă© muito bom e Ăștil, o outro, inĂștil e atĂ© mesmo perigoso. Ă muito Ăștil ler quando se medita sobre o que Ă© lido; quando se procura, pelo esforço da mente, resolver as questĂ”es que os tĂtulos dos capĂtulos propĂ”em, mesmo antes de se começar a lĂȘ-los; quando se ordenam e comparam as idĂ©ias umas com as outras; em suma, quando se usa a razĂŁo. Pelo contrĂĄrio, Ă© inĂștil ler quando nĂŁo entendemos o que lemos, e perigoso ler e formar conceitos daquilo que lemos quando nĂŁo examinamos suficientemente o que foi lido para julgar com cuidado, sobretudo se temos memĂłria bastante para reter os conceitos firmados e imprudĂȘncia bastante para concordar com eles. O primeiro modo de ler ilumina e fortifica a mente, aumentando o entendimento. O segundo diminui o entendimento e gradualmente o torna fraco, obscuro e confuso. Ocorre que a maior parte daqueles que se vangloriam de conhecer as opiniĂ”es dos outros estuda apenas do segundo modo. Quando mais lĂȘem, portanto, mais fracas e mais confusas se tornam as suas mentes.