Textos sobre Respostas de José Luís Nunes Martins

3 resultados
Textos de respostas de José Luís Nunes Martins. Leia este e outros textos de José Luís Nunes Martins em Poetris.

Para Além do Hoje

Cada vez mais se vive o momento. Fugimos do passado e temos medo do futuro, o que implica que somos forçados a viver um presente demasiado pequeno.

Os tempos de descanso devem ser ocasião de trabalho interior. Mas, vai sendo cada vez mais raro encontrar gente com memória, assim com também é raro encontrar pessoas com discernimento suficiente para se comprometerem em projetos a longo prazo.

Navega-se Ă  vista… sem riscos, sem sucessos nem fracassos… sem sentido. Vamos dando as respostas mĂ­nimas ao mundo e aos outros, em vez de sermos protagonistas dos nossos sonhos e herĂłis apesar das nossas derrotas.
O passado e o futuro nĂŁo sĂŁo mentira. SĂŁo partes da verdade. Sou o que fui e o que serei. Uma identidade que vive no tempo, uma coerĂȘncia que se constrĂłi atravĂ©s diferentes espaços e tempos, amando o que hĂĄ de eterno em cada momento. Elevando o espĂ­rito acima da realidade concreta do mundo.

Uma existĂȘncia autĂȘntica – uma vida com valor – constrĂłi-se com uma estrutura sĂłlida, equilibrada e aberta a horizontes mais longĂ­nquos em termos temporais. Um presente maior, com mais passado e mais futuro. Sermos quem somos, de olhos abertos.

Continue lendo…

Somos a Resposta que Damos ao que Nos Acontece

Somos frĂĄgeis. A vida Ă© dura. NĂŁo somos o que nos acontece.

HĂĄ pesos que nĂŁo podemos rejeitar. Toda a revolta seria tĂŁo ilusĂłria quanto inĂștil. Mas nĂŁo devemos ficar pela simples resignação, Ă© preciso que assumamos esses pesos e os queiramos levar de vencidos. Que escolhamos ser quem somos, apesar deles. Com eles. Neles.

Somos a resposta que damos ao que nos acontece.

Temos de aceitar a indiferença e a incompreensĂŁo dos outros. As dĂșvidas e as contradiçÔes do mundo sĂŁo um peso acrescido, que devemos carregar junto Ă s nossas prĂłprias dores, falhas e fraquezas.

Depois, hĂĄ ainda os pesos que os outros nĂŁo podem, ou nĂŁo querem, levar…

Os males pesam, sempre. Sejam os meus, os do mundo ou os dos que amo… hĂĄ que aceitĂĄ-los primeiro, para lhes fazer frente depois.

É essencial aceitar a fraqueza das nossas forças. A impermanĂȘncia de tudo o que temos. A fragilidade do que somos.

Por vezes, a cruz Ă© o caminho.

É na dor que o verdadeiro amor se manifesta.

Tenho de me negar a mim mesmo se quero amar o outro.

Continue lendo…

Ser MĂŁe Ă© Aceitar. Tudo.

Ser mĂŁe Ă© receber em si um outro que lhe vem de fora e acolhĂȘ-lo em vista de um futuro que pressente mas que, de maneira nenhuma, sabe explicar. Ser mĂŁe Ă©, antes de mais, aceitar. Tudo. Tudo.

É aceitar em si um outro para o qual ela se torna o mundo: gerando-o, alimentando-o, comendo, bebendo e respirando com ele… ele dentro de si, ela em volta dele.

É deixar esse outro ir embora e voltar a recebĂȘ-lo em cada dia, quando ele volta, quando ele se revolta e, tambĂ©m, quando ele nĂŁo volta…

Ser mĂŁe Ă© acolher o que o outro lhe dĂĄ. Mas nĂŁo como quem se alimenta do que lhe vem de fora, transformando-o em vida, que acolhe em si, e devolvendo ao mundo, jĂĄ morto, aquilo que sobra. Ser Ă© mĂŁe Ă© dar-se como alimento, transformando-se na vida daquele a quem se dĂĄ para depois… voltar depois ao mundo, gasta, apenas com o que lhe sobra.
Ser mĂŁe Ă© dar-se. Aceitando sempre qualquer resultado e resposta.

Uma mãe, mais do que dar um filho ao mundo, deve dar um mundo ao filho. Um melhor que este, cheio de esperança e sonhos,

Continue lendo…