A Cautela dos EspĂritos Livres
Os homens de espĂrito livre, que vivem sĂł para o conhecimento, em breve acharĂŁo ter alcançado a sua definitiva posição relativamente Ă sociedade e ao Estado e, por exemplo, dar-se-ĂŁo de bom grado por satisfeitos com um pequeno emprego ou com uma fortuna que chega Ă justa para viver; pois arranjar-se-ĂŁo para viver de maneira que uma grande transformação dos bens materiais, atĂ© mesmo um derrube da ordem polĂtica, nĂŁo deite tambĂ©m abaixo a sua vida. Em todas essas coisas eles gastam a menor energia possĂvel, de modo a poderem imergir, com todas as forças reunidas e, por assim dizer, com um grande fĂ´lego, no elemento do conhecimento. Podem, assim, ter esperança de mergulhar profundamente e tambĂ©m de, talvez, verem bem atĂ© ao fundo.
De um dado acontecimento, um tal espĂrito pegará de bom grado sĂł numa ponta: ele nĂŁo gosta das coisas em toda a sua amplitude e superabundância das suas pregas, pois nĂŁo se quer emaranhar nelas. TambĂ©m ele conhece os dias de semana da falta de liberdade, da dependĂŞncia, da servidĂŁo. Mas, de tempos a tempos, tem de lhe aparecer um domingo de liberdade, senĂŁo ele nĂŁo suportará a vida. É provável que mesmo o seu amor pelos seres humanos seja cauteloso e com pouco fĂ´lego,
Textos sobre RuĂdo de Friedrich Nietzsche
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