Textos sobre Sociedade de Eugène Delacroix

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Textos de sociedade de Eugène Delacroix. Leia este e outros textos de Eugène Delacroix em Poetris.

Felicidade Interiorizada

«Pergunta-me onde, neste mundo, se pode encontrar a felicidade?» Depois de numerosas experiências, convenci-me que ela reside apenas na satisfação em relação a nós próprios. As paixões não nos conseguem comunicar esse contentamento; desejamos sempre o impossível – o que obtemos nunca nos satisfaz. Penso que as pessoas dotadas de uma sólida virtude devem possuir uma grande porção dessa satisfação, que me parece imprescindível para a felicidade; eu, no entanto, como não me sinto suficientemente seguro para me satisfazer comigo próprio, dessa forma, procuro apoiar-me na verdadeira satisfação que comunica o trabalho.
Este, comunica-nos um bem real e aumenta a nossa indiferença em relação aos prazeres que são só de nome e com os quais as pessoas de sociedade se têm de contentar. Eis, minha querida amiga, a minha modesta filosofia – a qual, sobretudo quando me encontro bem de saúde, é de efeito seguro. Isto, contudo, não nos deve afastar das pequenas distracções que nos podem ocupar de vez em quando: um pequeno caso sentimental, de circunstância, a visita a um belo país ou as viagens, de modo geral, podem deixar na nossa memória encantadores traços. Recordamo-nos mais tarde de todas estas emoções, quando nos encontramos longe ou não conseguimos encontrar outras,

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O Constante Desejo de Mudança Cega o Progresso

Penso, baseando-me em todos os dados que de há um ano para cá nos saltam aos olhos, que se pode afirmar que qualquer progresso deve acarretar necessariamente não um avanço ainda maior mas, ao fim e ao cabo, a negação do progresso e o retorno ao ponto de partida. A história do género humano prova-o. No entanto, a confiança cega desta geração, e da que a precedeu, nas ideias modernas, no advento de não sei que era da humanidade que deveria marcar uma profunda transformação – mas que, no meu entender, para influenciar o destino de cada um deveria antes de mais afectá-lo na própria natureza do homem -, esta confiança no futuro, que nada nos séculos que nos precederam justifica, constitui seguramente a única garantia desses bens futuros, dessas revoluções tão desejadas pela vontade dos homens.
Não será evidente que o progresso, ou seja a marcha progressiva das coisas – tanto para o bem como para o mal -, acabou, hoje, por conduzir a sociedade à beira de um abismo, onde ela poderá facilmente vir a cair para dar lugar à mais completa barbárie? E a razão disso, a única razão para que isso suceda, não residirá nessa lei que neste mundo impõe a todas as outras: isto é,

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