A Colectividade como IndivĂduo Imortal
A colectividade, apesar de ser o conjunto de todos os seus indivĂduos, funciona exactamente como um indivĂduo a mais. Assim como se no mundo houvesse toda a gente que existe e mais uma pessoa: esta pessoa seria exactamente todos num sĂł. A colectividade Ă© tambĂ©m um indivĂduo, um indivĂduo como qualquer outro, mas Ă© o indivĂduo colectivo, na verdade colectivo e indivĂduo. Com a vantagem sobre qualquer outro de nĂŁo estar sujeito, como nĂłs, Ă s vacilaçÔes de um organismo mortal. A colectividade Ă© o indivĂduo imortal. Feito da mesma massa humana que qualquer de nĂłs, os indivĂduos mortais.
Textos sobre Sujeitos de Almada Negreiros
2 resultadosMatĂ©ria e EspĂrito
NĂłs hoje estamos ao mesmo tempo na melhor Ă©poca da humanidade e na pior. TĂŁo depressa sentimos que tudo em nĂłs e em redor marcha unĂssono em frente, como subitamente um grande atrito emperra as nossas prĂłprias articulaçÔes. HĂĄ ao mesmo tempo qualquer coisa que nos desacompanha e qualquer coisa que nos anima. HĂĄ caminhos inteiros que terminam sĂșbito e nĂŁo hĂĄ caminho inteiro e vitalĂcio. E nĂłs desejamos francamente acertar com a direcção Ășnica e onde o Ășnico obstĂĄculo seja de verdade o mistĂ©rio do futuro.
Todo aquele que se lance mais animado pela palavra espĂrito, nĂŁo creia que faz mais do que estar sujeito a uma determinante actual. A consciĂȘncia material, como acontece hoje, dĂĄ entrada natural para o campo do espĂrito. Assim tambĂ©m o espĂrito tem existĂȘncia vital segundo a qualidade de consciĂȘncia da matĂ©ria. O espĂrito apartando da matĂ©ria nĂŁo Ă© deste mundo. EspĂrito e matĂ©ria confundem-se em vida.
Acontece, porĂ©m, que os fugitivos da matĂ©ria transformam em si esse unilateralismo ao ingressar no espĂrito, e ficam outra vez de banda, inversamente agora, mas como antes. Ora o espĂrito nĂŁo tem mais dimensĂ”es do que a matĂ©ria; sĂŁo outras, mas idĂȘnticas, que se justapĂ”em,