A Ocupação Militar
NĂŁo há ocupação tĂŁo agradável como a militar; ocupação tanto nobre na execução (pois a mais forte, generosa e magnĂfica de todas as virtudes Ă© a valentia) quanto nobre na sua causa: nĂŁo há utilidade mais legĂtima nem mais geral do que a protecção da tranquilidade e da grandeza do seu paĂs. Agrada-vos a companhia de tantos homens, nobres, jovens, activos, a visĂŁo frequente de tantos espectáculos trágicos, a liberdade desse convĂvio sem artifĂcios e uma forma de vida viril e sem cerimĂłnia, a variedade de mil actividades diversas, essa fogosa harmonia da mĂşsica guerreira que vos alimenta e aquece os ouvidos e a alma, a honra desse exercĂcio, mesmo a sua rudeza e dificuldade, que PlatĂŁo considera tĂŁo pouca que na sua repĂşblica a reparte com as mulheres e as crianças.
Oferecei-vos para os papĂ©is e os riscos pessoais de acordo com o que julgais sobre o seu brilho e a sua importância, soldado voluntário, e vedes quando mesmo a vida Ă© justificadamente empregue neles, penso que Ă© belo morrer combatendo (VirgĂlio). Temer os perigos gerais que envolvem uma multidĂŁo em que tantas pessoas incorrem, nĂŁo ousar o que tantas espĂ©cies de indivĂduos ousam Ă© prĂłprio de um ânimo desmedidamente frouxo e inferior.
Textos sobre Trágicos de Michel de Montaigne
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