O Bom Senso
O bom senso nĂŁo exige um juĂzo muito profundo; parece antes consistir em sĂł perceber os objectos na proporção exacta que eles tĂȘm com a nossa natrueza ou com a nossa condição. O bom senso nĂŁo consiste entĂŁo em pensar sobre as coisas com excesso de sagacidade, mas em concebĂȘ-las de maneira Ăștil, em tomĂĄ-las no bom sentido.
Aquele que vĂȘ com um microscĂłpio percebe, certamente, mais qualidade nas coisas; mas nĂŁo as percebe na sua proporção natural com a natureza do homem, como quem usa apenas os olhos. Imagem dos espĂritos subtis, eles Ă s vezes penetram fundo demais; quem olha naturalmente as coisas tem bom senso.
O bom senso forma-se a partir de um gosto natural pela justeza e pelo mediano; Ă© uma qualidade do carĂĄcter, mais do que do espĂrito. Para ter muito bom senso, Ă© preciso ser feito de maneira que a razĂŁo predomine sobre o sentimento, a experiĂȘncia sobre o raciocĂnio.
Textos sobre Ăteis de MarquĂȘs de Vauvenargues
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