Alma e Corpo – A Ilusão da Integridade
Em qualquer momento em que a consideremos, a nossa alma total tem sempre um valor quase fictício, apesar do numeroso balanço das suas riquezas, pois ora umas, ora outras, são indisponíveis, quer se trate de riquezas efectivas como de riquezas da imaginação… Pois as perturbações da memória estão ligadas às intermitências do coração.
É sem dúvida a existência do nosso corpo, semelhante para nós a um vaso em que estaria encerrada a nossa espiritualidade, que nos induz a supor que todos os nossos bens interiores, as alegrias passadas, todas as nossas dores, estão perpetuamente em nossa possessão.
Textos sobre Vasos de Marcel Proust
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