Passagens sobre Tipos

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Dominar ou Morrer

Uma espécie nasce, um tipo fixa-se e torna-se forte sob a longa luta com condições desfavoráveis essencialmente constantes. Inversamente, sabe-se pelas experiências dos criadores de gado que as espécies que foram superalimentadas e, de um modo geral, tiveram demasiada protecção e cuidados, logo tendem marcadamente para a variação de tipos e abundam em prodígios e monstruosidades (também em vícios monstruosos). Considere-se agora uma comunidade aristocrática, por exemplo uma antiga polis grega ou Veneza como instituição voluntária ou involuntária, destinada à selecção: há ali homens convivendo dependentes uns dos outros e que querem impor a sua espécie, em geral porque se têm que impor ou de contrário correm o terrível risco de serem exterminados.

Diferentes Caminhos para uma Felicidade Sempre Insuficiente

O objectivo para o qual o princípio do prazer nos impele — o de nos tornarmos felizes — não é atingível; contudo, não podemos — ou melhor, não temos o direito — de desistir do esforço da sua realização de uma maneira ou de outra. Caminhos muito diferentes podem ser seguidos para isso; alguns dedicam-se ao aspecto positivo do objectivo, o atingir do prazer; outros o negativo, o evitar da dor. Por nenhum destes caminhos conseguimos atingir tudo o que desejamos. Naquele sentido modificado em que vimos que era atingível, a felicidade é um problema de gestão da libido em cada indivíduo. Não há uma receita soberana nesta matéria que sirva para todos; cada um deve descobrir por si qual o método através do qual poderá alcançar a felicidade. Toda a espécie de factores irá influenciar a sua escolha. Depende da quantidade de satisfação real que ele irá encontrar no mundo externo, e até onde acha necessário tornar-se independente dele. Por fim, na confiança que tem em si próprio do seu poder de modificar conforme os seus desejos. Mesmo nesta fase, a constituição mental do indivíduo tem um papel decisivo, para além de quaisquer considerações externas. O homem que é predominantemente erótico irá escolher em primeiro lugar relações emocionais com os outros;

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A Adopção de Novas Ideias

Que um ou vários homens inventem uma nova ideia ou um novo sentimento não faz alterar o cariz da história, o tom dos tempos, como a cor do Atlântico não muda porque um pintor de marinhas limpa nele o seu pincel carregado de vermelhão. Mas se, de súbito, uma massa ingente de homens adopta aquela ideia e vibra com aquele sentimento, então a ária da história, a face dos tempos tinge-se de um novo colorido. Pois bem: as massas ingentes de homens não adoptam uma ideia nova, não vibram com o seu peculiar sentimento simplesmente porque se lhes faça prédicas. É preciso que essa ideia e esse sentimento se achem neles pré-formados, inatos, prontos. Sem essa predisposição radical, espontânea da massa, todo o pregador seria um pregador no deserto.
Daqui que as mudanças históricas supõem o nascimento de um tipo de homem diferente em mais ou menos do que antes havia; isto é, supõem a mudança de gerações.

Ele sentiu o mesmo tipo de culpa e vergonha que sentia quando jovem, ao sair de reuniões políticas. Aquelas reuniões políticas o perturbavam não apenas porque ele era um rapaz de alta classe média, mas também porque as discussões eram cheias de atitudes infantis e exageros.

Existem dois tipos de riscos: Aqueles que não podemos nos dar ao luxo de correr e aqueles que não podemos nos dar ao luxo de não correr.

Crítica e Auto-Crítica

Assim como o homem carrega o peso do próprio corpo sem o sentir, mas sente o de qualquer outro corpo que quer mover, também não nota os próprios defeitos e vícios, mas só os dos outros. Entretanto, cada um tem no seu próximo um espelho, no qual vê claramente os próprios vícios, defeitos, maus hábitos e repugnâncias de todo o tipo. Porém, na maioria da vezes, faz como o cão, que ladra diante do espelho por não saber que se vê a si mesmo, crendo ver outro cão.
Quem critica os outros trabalha em prol da sua própria melhoria. Portanto, quem tem a inclinação e o hábito de submeter secretamente a conduta dos outros, e em geral também as suas acções e omissões, a uma atenta e severa crítica, trabalha na verdade em prol da própria melhoria e do próprio aperfeiçoamento, pois possui o suficiente de justiça, ou de orgulho e vaidade, para evitar o que amiúde censura com tanto rigor.

O santo é do tipo dos Anjos, cujo mister é crer; o sábio é do tipo dos Arcanjos, cujo mister é compreender; o artista, porém, é do tipo dos Deuses, cujo mister é criar.

Suportar a Adversidade

Das ocorrências indesejadas, falando de maneira genérica, algumas acarretam naturalmente dor e vexação, mas, na maior parte dos casos, é falsa a noção que nos habituou a nos enfadarmos com elas. Como específico contra este tipo de ocorrência, é conveniente ter à mão um dito de Menandro: «Nada te aconteceu de facto enquanto não te importares muito com o ocorrido». Isso quer dizer que não há motivo para o teu corpo e a tua alma se mostrarem afectados se, por exemplo, o teu pai é de baixa extracção, a tua mulher cometeu adultério, tu mesmo te viste privado de alguma coroa honorífica ou privilégio especial, pois nada disso te impede de prosperar de corpo ou alma.
Para a primeira categoria – doenças, privações, a morte de amigos ou filhos -, que parece acarretar naturalmente dor e vexação, esta linha de Eurípedes deve estar à mão: “Ai! por que ai? É o quinhão da mortalidade que nos coube”. Nenhum outro argumento lógico pode romper de forma tão efectiva a espiral descendente das nossas emoções, do que a reflexão de que somente através da compulsão comum da Natureza, um dos elementos da sua constituição física, é que o homem se torna vulnerável à Fortuna;

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A Base e o Progresso da Civilização

Os homens mais felizes e mais úteis são feitos de um conjunto harmonioso de actividades intelectuais e morais. E é a qualidade destas actividades e a igualdade do seu desenvolvimento que que conferem a este tipo a sua superioridade sobre os outros. Mas a sua intensidade determina o nível social de um dado indivíduo e faz dele um comerciante ou um director de banco, um pequeno médico ou um professor célebre, um presidente de uma junta de freguesia ou um presidente dos Estados Unidos. O desenvolvimento de seres humanos completos dever ser o objectivo dos nossos esforços. Só neles pode assentar uma civilização sólida.
Existe ainda uma classe de homens que, apesar de tão desarmónicos como os criminosos e os loucos, são indispensáveis à sociedade moderna. São os génios. Estes indivíduos caracterizam-se pelo crescimento monstruoso de uma das actividades psicológicas. Um grande artista, um grande cientista, um grande filósofo é geralmente um homem comum em que uma função se hipertrofiou. Pode também ser comparado a um tumor que se tivesse desenvolvido num organismo normal. Estes seres não equilibrados são, em geral, infelizes. Mas produzem grandes obras, das quais toda a sociedade beneficia. A sua desarmonia gera o progresso da civilização.

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Entendo porque as pessoas pensam que somos gays. Não há uma definição em nossa cultura para este tipo de vínculo entre as mulheres. Então eu me pergunto por que as pessoas têm de gravar isso: Como vocês podem ser tão próximas sem ter um relacionamento sexual?.

Digamos que existem dois tipos de mentes poéticas: uma apta a inventar fábulas e outra disposta a crer nelas.

A Humildade

a humildade
o desenfreio em tipo pequeno
antídoto aos dédalos
assoma
assombra
ensombra

oh que embargo
que aspas
que estacionário capricho

As Três Espécies de Portugueses

Há três espécies de Portugal, dentro do mesmo Portugal; ou, se se preferir, há três espécies de português. Um começou com a nacionalidade: é o português típico, que forma o fundo da nação e o da sua expansão numérica, trabalhando obscura e modestamente em Portugal e por toda a parte de todas as partes do Mundo. Este português encontra-se, desde 1578, divorciado de todos os governos e abandonado por todos. Existe porque existe, e é por isso que a nação existe também.

Outro é o português que o não é. Começou com a invasão mental estrangeira, que data, com verdade possível, do tempo do Marquês de Pombal. Esta invasão agravou-se com o Constitucionalismo, e tornou-se completa com a República. Este português (que é o que forma grande parte das classes médias superiores, certa parte do povo, e quase toda a gente das classes dirigentes) é o que governa o país. Está completamente divorciado do país que governa. É, por sua vontade, parisiense e moderno. Contra sua vontade, é estúpido.

Há um terceiro português, que começou a existir quando Portugal, por alturas de El-Rei D. Dinis, começou, de Nação, a esboçar-se Império. Esse português fez as Descobertas,

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Distinguem-se quatro tipos de temperamento: o de quem é fácil de provocar e fácil de pacificar – esse ganha o que perde; o de quem é difícil de provocar e difícil de pacificar – esse perde o que ganha; o de quem é difícil de provocar e fácil de pacificar – esse é um santo; o de quem é fácil de provocar e difícil de pacificar – esse é um perverso.

A Moral entre a Verdade e a Subjectividade

Um homem que busca a verdade torna-se sábio; um homem que pretende dar rédea solta à sua subjectividade torna-se, talvez, escritor; e que fará um homem que busca algo que se situa entre essas duas hipóteses? Mas tais exemplos, os de algo que está «entre», encontramo-los em qualquer sentença moral, a começar pela mais simples e mais conhecida: «não matarás». Vê-se imediatamente que não é nem uma verdade nem uma experiência subjectiva. Sabe-se que, em muitos aspectos, nos conformamos estritamente a ela, mas que, por outro lado, se aceitam numerosas excepções, ainda que perfeitamente delimitadas; no entanto, num grande número de casos de um terceiro tipo – por exemplo na imaginação, na esfera dos desejos, nas peças de teatro ou no prazer que experimentamos ao ler as notícias dos jornais – deixamo-nos oscilar descontroladamente entre a aversão e a atracção.
Por vezes aquilo a que não podemos chamar nem verdade nem experiência pessoal recebe o nome de imperativo. Tais imperativos foram associados aos dogmas da religião ou da lei, concedendo-lhes assim o carácter de uma verdade derivada, mas os romancistas narram as excepções, a começar pelo sacrifício de Abraão e terminando na bela mulher jovem que matou o amante a tiro,

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Esta obra é, na essência, uma crítica à modernidade – não excluídas as ciências modernas, as artes modernas, e até a política moderna -, dando também indicações acerca de um tipo oposto, bem mais que moderno, um tipo nobre, afirmativo.

Ultrapassar obstáculos é o prazer pleno da existência, sejam eles de tipo material, como nas acções e nos exercícios, sejam de tipo espiritual, como nos estudos e nas investigações. A luta contra as adversidades e a vitória tornam o homem feliz. Se lhe faltar a oportunidade, irá criá-la como puder.