Aquele que não pode raciocinar, é um tolo. Aquele que não quer, é um fanático. Aquele que não ousa, é um escravo.
Passagens sobre Tolo
286 resultadosO tolo nem perdoa nem esquece, o ingênuo perdoa e esquece, o sábio perdoa mas não esquece.
Há pessoas tolas que se conhecem e que usam habilidosamente a sua tolice.
Antes você ficar calado e te acharem um tolo do que começar a falar e terem certeza disso.
Para os aduladores não há rico tolo nem pobre discreto, porque têm óculos de vista larga com que se representam as coisas.
Preconceitos são a razão dos tolos.
Elogiar-se é coisa de vaidoso, depreciar-se, de tolo.
Descer ao Nível do Outro
Há certas pessoas de certo estofo ou carácter com as quais nunca nos devemos meter, das quais não nos devemos queixar senão o menos que pudermos, contra as quais não é permitido termos razão.
Entre duas pessoas que tiveram uma violenta discussão, na qual uma tem razão e a outra não, o que a maior parte das pessoas que assistiram à discussão nunca deixam de fazer, para se dispensarem de julgar, ou por temperamento que sempre me pareceu deslocado, é condenar os dois: lição importante, motivo urgente e indispensável para fugir a oriente quando o tolo está no ocidente, a fim de evitar dividir com ele o mesmo agravo.
Esquecimento Esvaziante
A variedade das nossas emoções torna claro que cada homem guarda dentro de si os celeiros do contentamento e do descontentamento: os jarros das coisas boas e más não estão depositados «na soleira de Zeus», mas na alma. O néscio negligencia e desdenha as coisas boas que lá estão porque a sua imaginação acha-se sempre voltada para o futuro; o sensato, porém, torna os factos pregressos vividamente presentes com recordá-los. O presente oferece-se ao toque da nossa mão apenas por um instante e logo nos ilude os sentidos; os tolos julgam que ele não é mais nosso, que não mais nos pertence.
Há a pintura de um cordoeiro no inferno, com um asno a engolir toda a corda feita por ele, à medida que ele a entretece; assim é a multidão acometida e dominada pelo esquecimento insensato e ingrato, que apaga cada acto, cada sucesso, cada experiência aprazível de bem-estar, de camaradagem e de deleite.
O esquecimento não consente à vida desenvolver-se unitariamente, o passado entretecido com o presente, mas separa o ontem do hoje, como se fossem de diferente substância, e o hoje do amanhã, como se não fossem o mesmo; transforma toda a ocorrência em não-ocorrência.
Os tolos se perdem porque não pensam. Não enxergam nem metade das coisas, e, por não perceberem nem as suas vantagens, nem o seu prejuízo, empregam mal os seus esforços.
A riqueza exigida pela natureza é limitada e facilmente arranjada; aquela, pelo contrário, que ambicionamos possuir num tolo desejo, chega ao infinito.
O homem de juízo aproveita, o tolo desaproveita a experiência própria.
O sábio procura a sabedoria, o tolo encontrou-a.
Os loucos e os tolos só vêem através do seu humor.
Nada é mais humilhante do que ver os tolos vencer naquilo em que fracassámos.
A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê
O inteligente acautela-se de tudo; o tolo faz observações sobre tudo.
Atrave-te a usar a cara do palhaço tolo.
Ao homem sábio são mais úteis os seus inimigos do que ao tolo os seus amigos.
Não Amar nem Odiar
Se possível, não devemos alimentar animosidade contra ninguém, mas observar bem e guardar na memória os procedimentos de cada pessoa, para então fixarmos o seu valor, pelo menos naquilo que nos concerne, regulando, assim, a nossa conduta e atitude em relação a ela, sempre convencidos da imutabilidade do carácter. Esquecer qualquer traço ruim de uma pessoa é como jogar fora dinheiro custosamente adquirido. No entanto, se seguirmos o presente conselho, estaremos a proteger-nos da confiabilidade e da amizade tolas.
«Não amar, nem odiar», eis uma sentença que contém a metade da prudência do mundo; «nada dizer e em nada acreditar» contém a outra metade. Decerto, daremos de bom grado as costas a um mundo que torna necessárias regras como estas e como as seguintes.
Mostrar cólera e ódio nas palavras ou no semblante é inútil, perigoso, imprudente, ridículo e comum. Nunca se deve revelar cólera ou ódio a não ser por actos; e estes podem ser praticados tanto mais perfeitamente quanto mais perfeitamente tivermos evitado os primeiros. Apenas animais de sangue frio são venenosos.
Falar sem elevar a voz: essa antiga regra das gentes do mundo tem por alvo deixar ao entendimento dos outros a tarefa de descobrir o que dissemos.