Passagens de Umberto Eco

114 resultados
Frases, pensamentos e outras passagens de Umberto Eco para ler e compartilhar. Os melhores escritores estão em Poetris.

A diferença não vem de palavras e obras, mas dos olhos com que a igreja julga as palavras e a obra.

Rir do mal é não estar disposto a combatê-lo. Rir do bem é desconhecer a força com o qual o bem difunde-se a si próprio.

Adiei o momento de contar histórias porque tinha outras coisas para fazer. Só depois de ter feito tudo o que queria – o meu lugar na universidade, os ensaios publicados, dois filhos – perguntei-me: ‘O que vou fazer agora?’. Vou contar histórias.

Há livros que só falam de sexo. Outros, como os meus, falam de conspirações. Quando um autor escreve muito sobre um tema é porque sente falta disso na vida, ou seja, os que escrevem muito sobre sexo, não o praticam. Os que escrevem sobre conspirações, não conspiram nem são paranoicos.

Desde a juventude que sou um apoiante da União Europeia. Acredito na unidade fundamental da cultura europeia, aquém das diferenças linguísticas. Percebemos que somos europeus quando estamos na América ou na China, vamos tomar um copo com os colegas e inconscientemente preferimos falar com o sueco do que com o norte-americano. Somos similares. Cultura não quer dizer economia, e só vamos sobreviver se desenvolvermos a ideia de uma unidade cultural.

O Amor não Existe sem Ciúme

Se o ciúme nasce do intenso amor, quem não sente ciúmes pela amada não é amante, ou ama de coração ligeiro, de modo que se sabe de amantes os quais, temendo que o seu amor se atenue, o alimentam procurando a todo o custo razões de ciúme.
Portanto o ciumento (que porém quer ou queria a amada casta e fiel) não quer nem pode pensá-la senão como digna de ciúme, e portanto culpada de traição, atiçando assim no sofrimento presente o prazer do amor ausente. Até porque pensar em nós que possuímos a amada longe – bem sabendo que não é verdade – não nos pode tornar tão vico o pensamento dela, do seu calor, dos seus rubores, do seu perfume, como o pensar que desses mesmos dons esteja afinal a gozar um Outro: enquanto da nossa ausência estamos seguros, da presença daquele inimigo estamos, se não certos, pelo menos não necessariamente inseguros. O contacto amoroso, que o ciumento imagina, é o único modo em que pode representar-se com verosimilhança um conúbio de outrem que, se não indubitável, é pelo menos possível, enquanto o seu próprio é impossível.
Assim o ciumento não é capaz, nem tem vontade, de imaginar o oposto do que teme,

Continue lendo…

A leitura é uma necessidade biológica da espécie. Nenhum ecrã e nenhuma tecnologia conseguirão suprimir a necessidade de leitura tradicional.

Eu penso que um livro deve ser julgado dez anos mais tarde, depois de o lermos e de o voltarmos a ler.

O inimigo é sempre inventado, construído. Precisamos dele para definir a nossa identidade.

Fundamentalistas dão um toque de arrogante intolerância e rígida indiferença para com aqueles que não compartilham suas visões de mundo.

Justificar tragédias como vontade divina tira da gente a responsabilidade por nossas escolhas.