Passagens sobre ViolĂȘncia

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Infelizmente hĂĄ momentos em que a violĂȘncia Ă© a Ășnica maneira de assegurar a justiça social.

Se estĂĄs disposto a nunca usar da violĂȘncia, e sempre resistindo, torna-te forte de corpo e de alma; Ă© a mais difĂ­cil de todas as atitudes.

A Comunidade Europeia Vai Ser um Logro

As primeiras dĂ©cadas do prĂłximo milĂ©nio serĂŁo terrĂ­veis. MisĂ©ria, fome, corrupção, desemprego, violĂȘncia, abater-se-ĂŁo aqui por muito tempo. A Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de SaĂșde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independĂȘncia nacional sofrerĂŁo gravĂ­ssimas rupturas. Abandonados, os idosos vĂŁo definhar, morrer, por falta de assistĂȘncia e de comida. Espoliada, a classe mĂ©dia declinarĂĄ, sĂł haverĂĄ muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incĂȘndio das florestas Ă© uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir.

Os Tiranos de GĂ©nio

Sei perfeitamente que, para se alcançar qualquer finalidade organizadora, Ă© necessĂĄrio haver quem pense, coordene e, no total, assuma a responsabilidade. PorĂ©m, os conduzidos nĂŁo devem ser constrangidos, mas antes poderem eleger o seu chefe. Um sistema autocrĂĄtico de coacção degenera, a meu ver, dentro de pouco tempo, pois a violĂȘncia atrai aqueles que sĂŁo moralmente inferiores e, em regra, no meu entender, aos tiranos de gĂ©nio sucedem-se geralmente patifes.

O brando Ă© muito mais forte que o duro. A ĂĄgua Ă© mais forte que a rocha, o amor Ă© mais forte que a violĂȘncia.

Façam a Barba, Meus Senhores!

A barba, por ser quase uma måscara, deveria ser proibida pela polícia. Além disso, enquanto distintivo do sexo no meio do rosto, ela é obscena: por isso é apreciada pelas mulheres.
Dizem que a barba Ă© natural ao homem: nĂŁo hĂĄ dĂșvida, e por isso ela Ă© perfeitamente adequada ao homem no estado natural; do mesmo modo, porĂ©m, no estado civilizado Ă© natural ao homem fazer a barba, uma vez que assim ele demonstra que a brutal violĂȘncia animalesca – cujo emblema, percebido imediatamente por todos, Ă© aquela excrescĂȘncia de pĂȘlos, caracterĂ­stica do sexo masculino – teve de ceder Ă  lei, Ă  ordem e Ă  civilização.
A barba aumenta a parte animalesca do rosto e ressalta-a. Por essa razĂŁo, confere-lhe um aspecto brutal tĂŁo evidente. Basta observar um homem barbudo de perfil enquanto ele come! Este pretende que a barba seja um ornamento. No entanto, hĂĄ duzentos anos era comum ver esse ornamento apenas em judeus, cossacos, capuchinhos, prisioneiros e ladrĂ”es. A ferocidade e a atrocidade que a barba confere Ă  fisionomia dependem do facto de que uma massa respectivamente sem vida ocupa metade do rosto, e justamente aquela que expressa a moral. AlĂ©m disso, todo o tipo de pĂȘlo Ă© animalesco.

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Sobre um Poema

Um poema cresce inseguramente
na confusĂŁo da carne,
sobe ainda sem palavras, sĂł ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.

Fora existe o mundo. Fora, a esplĂȘndida violĂȘncia
ou os bagos de uva de onde nascem
as raĂ­zes minĂșsculas do sol.
Fora, os corpos genuĂ­nos e inalterĂĄveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silĂȘncio,
as sementes Ă  beira do vento,
– a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.

E jĂĄ nenhum poder destrĂłi o poema.
InsustentĂĄvel, Ășnico,
invade as Ăłrbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.

– Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
– E o poema faz-se contra o tempo e a carne.

A Vida OblĂ­qua

SĂł agora pressenti o oblĂ­quo da vida. Antes sĂł via atravĂ©s de cortes retos e paralelos. NĂŁo percebia o sonso traço enviesado. Agora adivinho que a vida Ă© outra. Que viver nĂŁo Ă© sĂł desenrolar sentimentos grossos — Ă© algo mais sortilĂ©gico e mais grĂĄcil, sem por isso perder o seu fino vigor animal. Sobre essa vida insolitamente enviesada tenho posto minha pata que pesa, fazendo assim com que a existĂȘncia feneça no que tem de oblĂ­quo e fortuito e no entanto ao mesmo tempo sutilmente fatal. Compreendi a fatalidade do acaso e nĂŁo existe nisso contradição.

A vida oblĂ­qua Ă© muito Ă­ntima. NĂŁo digo mais sobre essa intimidade para nĂŁo ferir o pensar-sentir com palavras secas. Para deixar esse oblĂ­quo na sua independĂȘncia desenvolta.
E conheço tambĂ©m um modo de vida que Ă© suave orgulho, graça de movimentos, frustração leve e contĂ­nua, de uma habilidade de esquivança que vem de longo caminho antigo. Como sinal de revolta apenas uma ironia sem peso e excĂȘntrica. Tem um lado da vida que Ă© como no inverno tomar cafĂ© num terraço dentro da friagem e aconchegada na lĂŁ.
Conheço um modo de vida que é sombra leve desfraldada ao vento e balançando leve no chão: vida que é sombra flutuante,

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Quem SĂł Pensa em Si…

Um dos principais motivos da violĂȘncia Ă© a pessoa dar mais atenção ao que se passa dentro dela, aos seus conflitos e pressĂ”es, do que Ă quilo que acontece fora. SĂł pensa nela, sĂł vĂȘ o seu umbigo, e nĂŁo mede com objectividade o que lhe Ă© exterior. NĂŁo comunica, explode; nĂŁo fala, desabafa e exige; nĂŁo ouve, impĂ”e e ataca. Quem sĂł pensa em si, fica cego e culpa os outros. E descarrega neles a sua raiva sem qualquer medida ou respeito.

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Quando nĂŁo se possa escolher senĂŁo entre a cobardia e a violĂȘncia, aconselharei a violĂȘncia.

Querer saber – o que parece tĂŁo difĂ­cil – se nĂŁo Ă© errado, entre tantos seres vivos que praticam a violĂȘncia, ser o Ășnico ou um dos poucos nĂŁo violentos, nĂŁo Ă© diferente de querer saber se seria possĂ­vel ser sĂłbrio entre tantos embriagados, e se nĂŁo seria melhor que todos começassem logo a beber.

As InfluĂȘncias no Estado de EspĂ­rito

Agora estou disposto a fazer tudo, agora a nada fazer; o que me é um prazer neste momento em alguma outra vez me serå um esforço. Acontecem em mim mil agitaçÔes desarrazoadas e acidentais. Ou o humor melancólico me domina, ou o colérico; e, com a sua autoridade pessoal, neste momento a tristeza predomina em mim, neste momento a alegria. Quando pego em livros, terei captado em determinada passagem qualidades excelentes e que terão tocado a minha alma; quando uma outra vez volto a deparar com ela, por mais que a vire e revire, por mais que a dobre e apalpe, é para mim uma massa desconhecida e informe.
Mesmo nos meus escritos nem sempre reencontro o sentido do meu pensamento anterior: nĂŁo sei o que quis dizer, e amiĂșde me esfalfo corrigindo e dando-lhe um novo sentido, por haver perdido o primeiro, que valia mais. NĂŁo faço mais que ir e vir: o meu julgamento nem sempre caminha para a frente; ele flutua, vagueia, Como um barquinho frĂĄgil surpreendido no vasto mar por uma tempestade violenta (Catulo).
Muitas vezes (como habitualmente me advém fazer), tendo tomado para defender, por exercício e por diversão, uma opinião contråria à minha,

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O football Ă© uma escola de violĂȘncia e brutalidade e nĂŁo merece nenhuma proteção dos poderes pĂșblicos, a menos que estes nos queiram ensinar o assassinato.

Amor fora de Controle

É propriedade do amor o ser violento; e Ă© propriedade da violĂȘncia o nĂŁo durar. O amor acaba-se em nĂłs, nĂŁo por nossa vontade, mas porque tem por natureza o acabar; e ainda que tudo hĂĄ-de acabar connosco, nem tudo espera por nĂłs. Quando amamos, Ă© por força, porque a fermosura que nos inclina, nos vence; e tambĂ©m Ă© por força quando nĂŁo amamos; porque uma vez rotos os laços, ficamos de tal sorte livres, que ainda que queiramos, nĂŁo podemos tornar a eles; e assim nĂŁo estĂĄ na nossa mĂŁo o nĂŁo amar, nem tambĂ©m o amar; o coração por si mesmo se acende, e entibiece; nĂłs, nĂŁo o podemos inflamar, nem extinguir-lhe o ardor.

Ode MarĂ­tima

Sozinho, no cais deserto, a esta manhĂŁ de VerĂŁo,
Olho pro lado da barra, olho pro Indefinido,
Olho e contenta-me ver,
Pequeno, negro e claro, um paquete entrando.
Vem muito longe, nĂ­tido, clĂĄssico Ă  sua maneira.
Deixa no ar distante atrĂĄs de si a orla vĂŁ do seu fumo.
Vem entrando, e a manhĂŁ entra com ele, e no rio,
Aqui, acolĂĄ, acorda a vida marĂ­tima,
Erguem-se velas, avançam rebocadores,
Surgem barcos pequenos de trĂĄs dos navios que estĂŁo no porto.
HĂĄ uma vaga brisa.
Mas a minh’alma estĂĄ com o que vejo menos,
Com o paquete que entra,
Porque ele estĂĄ com a DistĂąncia, com a ManhĂŁ,
Com o sentido marĂ­timo desta Hora,
Com a doçura dolorosa que sobe em mim como uma nåusea,
Como um começar a enjoar, mas no espírito.

Olho de longe o paquete, com uma grande independĂȘncia de alma,
E dentro de mim um volante começa a girar, lentamente,

Os paquetes que entram de manhĂŁ na barra
Trazem aos meus olhos consigo
O mistério alegre e triste de quem chega e parte.

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NĂŁo Ă© justo aquele que julga Ă s pressas, ou usa da violĂȘncia; o sĂĄbio serenamente considera o que Ă© certo e o que Ă© errado.

As diferenças sociais de classe nĂŁo se justificam e, em Ășltima anĂĄlise, sĂŁo baseadas na violĂȘncia.